O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta segunda-feira (10) que o governo brasileiro não pretende se manifestar antes de uma decisão oficial dos Estados Unidos sobre o aumento de tarifas sobre aço e alumínio. O presidente americano, Donald Trump, pode anunciar ainda hoje uma taxação de 25% sobre essas importações.
“O governo tomou uma decisão de só se manifestar oportunamente com base em decisões concretas, não em anúncios que podem ser mal interpretados, revistos. Então o governo vai aguardar a decisão oficialmente, antes de qualquer manifestação”, declarou Haddad.
Os Estados Unidos são um dos principais compradores do aço brasileiro. Em 2024, o Brasil foi o segundo maior fornecedor do metal para o país, ficando atrás apenas do Canadá. No ano anterior, 18% das exportações brasileiras de ferro e aço tiveram como destino os EUA.
Diante da possibilidade de novas tarifas, o governo brasileiro já sinalizou que pode responder com medidas equivalentes. Em janeiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que adotaria reciprocidade caso os Estados Unidos aumentassem tributos sobre produtos brasileiros. “É muito simples. Se ele taxar os produtos brasileiros, haverá reciprocidade no Brasil. Se taxar os produtos brasileiros, vou taxar os produtos que são exportados pelos Estados Unidos. Simples, não tem nenhuma dificuldade”, disse Lula na ocasião.
Questionado sobre a possibilidade de retaliação via taxação de big techs, Haddad disse que a decisão caberá ao presidente, mas apenas após a implementação efetiva das medidas por parte dos EUA.
Durante seu primeiro mandato, Trump impôs tarifas de 25% sobre o aço e 10% sobre o alumínio importados. A medida gerou preocupação no setor siderúrgico brasileiro, mas foi posteriormente revogada para o Brasil e outros parceiros comerciais, como Canadá, México, União Europeia e Reino Unido.
Com informações do g1
Fonte: https://agendadopoder.com.br/haddad-brasil-so-reagira-a-taxacao-dos-eua-apos-decisoes-concretas/