![Pedra milenar em cidade bíblica desvenda segredos do Império Romano](https://gazetadoleste.com/wp-content/uploads/2025/02/Pedra-milenar-em-cidade-biblica-desvenda-segredos-do-Imperio-Romano-1024x585.jpeg)
Uma pedra de fronteira romana de quase 2.000 anos, desenterrada em um sítio arqueológico no norte de Israel, lança luz sobre a complexa organização administrativa do Império Romano durante a Tetrarquia.
A pedra, que mede mais de um metro de altura, foi encontrada em 2022 por pesquisadores da Universidade Hebraica em Abel Beth Maacah, uma antiga cidade bíblica mencionada em textos religiosos e históricos. A cidade, localizada em uma importante rota comercial, desempenhou um papel estratégico na região.
Pedra de fronteira revela segredos da organização do Império Romano
A Tetrarquia Romana foi um sistema de governo instituído pelo imperador Diocleciano em 293 d.C., que dividiu o Império Romano em quatro partes, cada uma governada por um tetraca — dois Augustos (Diocleciano e Maximiano) e dois Césares (Constâncio e Galério). Esse sistema visava descentralizar o poder e facilitar a administração do vasto Império, além de lidar com as constantes crises políticas e militares da época
- A pedra menciona todos os quatro governantes, evidenciando a autoridade conjunta que exerciam sobre o império e a importância de demarcar os territórios sob sua jurisdição.
- A inscrição também detalha as reformas fiscais implementadas por Diocleciano, que visavam aumentar a arrecadação de impostos e fortalecer as finanças do império.
- Uma dessas reformas determinava que os habitantes de uma vila eram responsáveis pelo pagamento de impostos sobre todas as terras dentro dos limites da vila, mesmo aquelas improdutivas ou abandonadas.
- Essa medida, segundo pesquisadores, pode ter contribuído para o abandono de terras em áreas mais remotas do império, à medida que os custos de manter terras improdutivas se tornavam excessivos para as comunidades locais.
- Fontes judaicas da época sugerem que essas reformas geraram descontentamento entre a população, levando a protestos e migrações.
A inscrição na pedra, feita em basalto, revela que ela foi originalmente erguida entre 296 e 297 d.C. durante o reinado dos imperadores Diocleciano e Maximiano. A escolha do basalto, uma rocha vulcânica conhecida por sua durabilidade, explica a excelente preservação da inscrição ao longo dos séculos.
Curiosamente, a pedra foi reutilizada como marcador de túmulo durante o período Mameluco na Palestina, demonstrando sua durabilidade e a longa história da região, que passou por diversas transformações culturais e políticas ao longo dos séculos.
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A descoberta dessa pedra, juntamente com outras 20 encontradas na mesma área do Vale de Hula, sugere que a região era dividida em pequenas propriedades rurais, administradas por fazendeiros independentes. Essa organização social e econômica, com a ênfase em pequenas unidades agrícolas, era característica de muitas áreas rurais do Império Romano.
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A inscrição na pedra também revela o nome do censor responsável pela região, Basilikos, um nome até então desconhecido pelos historiadores. Essa descoberta fornece informações valiosas sobre a administração local e a estrutura social da época, permitindo aos pesquisadores reconstruir a hierarquia administrativa e identificar os indivíduos que exerciam poder em diferentes níveis da sociedade romana.
A pesquisa completa foi publicada no periódico científico Palestine Exploration Quarterly.
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