![Nos próximos dez anos, tempestades severas em SP e RJ](https://gazetadoleste.com/wp-content/uploads/2025/02/Nos-proximos-dez-anos-tempestades-severas-em-SP-e-RJ-1024x481.jpg)
Uma análise do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) indica que as cidades de São Paulo (SP) e Rio de Janeiro (RJ) podem registrar acréscimo de 20% a 30% na frequência de tempestades severas entre 2025 e 2034, com base em dados climáticos dos últimos dez anos.
O responsável pela avaliação, Osmar Pinto Junior, integrante do grupo de Eletricidade Atmosférica do Inpe, explicou que uma tempestade severa é caracterizada por intensa atividade de raios e ventos fortes, fatores capazes de causar danos significativos à infraestrutura urbana.
O que a pesquisa sobre tempestades em RJ e SP já detectou
- Entre os sinais já observados, os pesquisadores destacaram o aumento na incidência de raios na capital paulista durante o último mês de janeiro;
- Segundo eles, essa mudança pode estar relacionada às alterações climáticas e à intensificação do fenômeno El Niño, que, ao aquecer as águas do Oceano Pacífico, exerce impacto global sobre o clima;
- Os dados revelam que, em tempestade considerada normal, ocorrem, em média, 100 descargas atmosféricas, enquanto eventos severos podem ultrapassar a marca de mil raios, acompanhados de ventos que chegam a mais de 70 km/h;
- Essas métricas, extraídas dos registros dos últimos dez anos no Brasil, demonstram a influência das condições meteorológicas na formação de fenômenos extremos.
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Para a simulação, foram empregados nove modelos matemáticos, os quais, mesmo considerando margens de erro, apontam para tendência de aumento na ocorrência de tempestades severas.
Esses eventos correspondem a cerca de 1% do total das chuvas no País, que chega a aproximadamente cinco mil ocorrências, enquanto o Brasil se destaca globalmente com até 500 mil episódios de chuvas intensas por ano.
Além dos riscos meteorológicos, as tempestades têm consequências diretas na população e na economia. Incidentes com raios resultam, em média, em 100 mortes anuais, e os ventos fortes causam prejuízos que podem atingir R$ 1 bilhão por ano, afetando especialmente os setores elétrico, industrial e das telecomunicações.
No cenário nacional, as capitais Manaus (AM) e São Paulo (SP) lideram o ranking de fatalidades por raios, registrando 30 mortes cada na última década, enquanto o Rio de Janeiro (RJ) contabilizou dez.
![Chuvas com raios e nuvens escuras](https://olhardigital.com.br/wp-content/uploads/2024/09/shutterstock_2353260281-1-1024x762.jpg)
Em São Paulo (SP), o elevado número de vítimas está relacionado à alta densidade populacional; já em Manaus (AM), fatores, como o deslocamento intenso e as atividades ao ar livre, contribuem para os números registrados.
O estudo também ressalta tendência de aumento das temperaturas nas áreas urbanas, agravada pela substituição do solo e da vegetação pelo asfalto e pelas construções, intensificando os efeitos das mudanças climáticas na região.
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Fonte: https://olhardigital.com.br/2025/02/12/ciencia-e-espaco/nos-proximos-dez-anos-tempestades-severas-em-sp-e-rj-aumentarao-em-ate-30/