13 de fevereiro de 2025
Astrônomos desvendam segredo por trás do vento solar
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Um estudo publicado recentemente na revista Astronomy & Astrophysics revelou que pequenos jatos de energia no Sol são os principais responsáveis pelo vento solar. A descoberta ajuda a entender melhor o comportamento do astro e pode refinar as previsões de tempestades solares no futuro.

O vento solar é um fluxo de partículas carregadas que o Sol libera constantemente no espaço. Quando essas partículas atingem a Terra, podem reagir com as partículas da atmosfera e produzir auroras. No entanto, além desse efeito fascinante, o material expelido pela nossa estrela também pode interferir em satélites, sinais de GPS e comunicações de rádio, podendo ainda representar riscos para astronautas.

Minúsculos jatos solares foram vistos pela sonda Solar Orbiter, da ESA, impulsionando vento solar. Crédito: ESA & NASA/Solar Orbiter/EUI Team

Pequenos jatos de plasma parecem impulsionar tanto o vento solar rápido quanto o lento

Há anos, especialistas tentam identificar exatamente como o vento solar se forma. Um dos desafios é que as partículas perdem suas “pegadas” originais ao viajar pelo espaço, dificultando o rastreamento da origem desse fluxo. No entanto, estudos anteriores já sugeriram que jatos minúsculos de plasma poderiam ser uma peça-chave nesse fenômeno.

Esses jatos, chamados de picoflares, emergem de regiões escuras na coroa solar, conhecidas como buracos coronais. Eles são muito menores e menos intensos do que as grandes explosões solares, mas ainda assim liberam energia suficiente para impulsionar partículas para o espaço. Algumas dessas partículas viajam em velocidades extremas, formando o vento solar rápido.

Lakshmi Pradeep Chitta, pesquisador do Instituto Max Planck, na Alemanha, explica em um comunicado que a energia liberada por um único picoflare pode alimentar cerca de 10 mil casas no Reino Unido por um ano. Apesar de serem tão pequenos e durarem menos de um minuto, esses jatos têm um impacto significativo na atividade solar.

Agora, a equipe de Chitta descobriu que os picoflares não são responsáveis apenas pelo vento solar rápido, mas também pelo mais lento. Isso contradiz a ideia anterior de que diferentes processos estariam por trás de cada tipo. “Ficamos surpresos ao ver que os mesmos minúsculos jatos de plasma parecem impulsionar tanto o vento solar rápido quanto o lento”, disse Chitta.

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Sonda solar europeia capta jatos em detalhes

A equipe chegou a essa conclusão ao analisar dados coletados pela sonda Solar Orbiter, da Agência Espacial Europeia (ESA). Entre o fim de 2022 e o início de 2023, a espaçonave se aproximou do Sol a uma distância de 50 milhões de quilômetros. Com câmeras de alta resolução, conseguiu capturar imagens detalhadas dos jatos e medir diretamente o vento solar.

Ao cruzar essas informações, os cientistas conseguiram relacionar os picoflares observados na superfície do Sol ao vento solar detectado pela espaçonave. “Esta é a primeira vez que podemos afirmar com certeza que pelo menos parte do vento solar lento também se origina nesses jatos minúsculos”, declarou a ESA.

Os próximos periélios da sonda Solar Orbiter devem trazer mais respostas sobre como esses picoflares atuam na formação do vento solar. A cada seis meses, a sonda faz novas aproximações do Sol, permitindo que os cientistas aprofundem ainda mais suas análises sobre a dinâmica da nossa estrela.

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Fonte: https://olhardigital.com.br/2025/02/13/ciencia-e-espaco/astronomos-desvendam-segredo-por-tras-do-vento-solar/