22 de fevereiro de 2025
Sedentarismo digital: quando ficar parado também pesa na mente
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Um estudo do King’s College London analisou 3.675 adolescentes e encontrou um alerta: mais de três horas diárias em atividades sedentárias aumentam o risco de sofrimento psicológico aos 17 anos. Videogames, redes sociais e até a leitura por lazer tiveram impacto, especialmente entre meninos.

Excesso de tempo no tablet pode impactar o desenvolvimento social e a concentração das crianças (BAZA Production/Shutterstock)

A pesquisa, publicada no Journal of Adolescent Health, sugere que o problema não é só o conteúdo, mas o tempo sem movimento ou interação. Quem usava telas para estudar, por até duas horas diárias, apresentou menos sintomas. O efeito da tecnologia na saúde mental parece depender mais do uso do que da exposição em si.

A solução? Equilíbrio. Reduzir o tempo de lazer nas telas, incentivar atividades físicas e promover interações sociais ajudam a minimizar os riscos. Diferentes estratégias podem ser necessárias para meninos e meninas, já que o impacto varia. O desafio é transformar essa consciência em ação.

Nem toda tela é vilã: estudo revela quais hábitos sedentários afetam mais a mente dos jovens

Segundo o jornal da Agência FAPESP, um estudo liderado por André de Oliveira Werneck, da USP, revelou que nem todas as atividades sedentárias afetam a saúde mental da mesma forma. Em vez de medir apenas o tempo total sentado, os pesquisadores pediram que os adolescentes registrassem suas rotinas em diários, permitindo uma análise mais precisa das atividades sedentárias.

Imagem mostra crianças pintando.
Atividades sedentárias como pintura e aulas estimulam a criatividade, a concentração e o desenvolvimento cognitivo das crianças (Imagem: fizkes/Shutterstock)

Werneck explica que atividades como assistir a uma aula ou fazer lição de casa, embora sedentárias, têm um valor educativo e não estão associadas a maior sofrimento psicológico. Já o tempo excessivo em redes sociais ou videogames apresentou uma correlação com piora na saúde mental. O estudo mostrou que o problema não é somente o tempo parado, mas como ele é ocupado.

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Embora esse método detalhado não seja comum em pesquisas de grande escala, ele trouxe resultados valiosos. Segundo Werneck, as políticas de saúde mental para jovens precisam considerar não apenas a redução do sedentarismo, mas também a qualidade do tempo gasto em atividades sedentárias.

Estratégias para reduzir o impacto do sedentarismo digital na saúde mental dos adolescentes

Para proteger a saúde mental dos adolescentes, é essencial limitar o tempo de tela para lazer a no máximo três horas diárias. Estudos mostram que, quando esse limite é ultrapassado, o risco de sofrimento psicológico cresce, especialmente com atividades como redes sociais e videogames.

Imagem mostra crianças brincando.
Diferente do sedentarismo, brincar ativa o corpo e a mente, ajudando no desenvolvimento infantil e na saúde a longo prazo (Imagem: Studio Romantic/Shutterstock)

Substituir o tempo de lazer passivo por atividades educativas é uma alternativa eficiente. O estudo comprovou que o uso de telas para fins de aprendizado não gera os mesmos efeitos negativos, ajudando a manter o bem-estar mental dos jovens.

Além disso, é importante considerar as diferenças de gênero nas intervenções. Meninas tendem a ser mais afetadas pelo tempo na internet, enquanto meninos apresentam maiores impactos ao jogar videogames. Adaptar as estratégias a essas particularidades pode ser a chave para resultados mais eficazes.

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Fonte: https://olhardigital.com.br/2025/02/22/medicina-e-saude/sedentarismo-digital-quando-ficar-parado-tambem-pesa-na-mente/