
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu, neste sábado, a primeira-dama Janja da Silva, que vem sendo alvo de críticas da oposição. A declaração foi dada durante o aniversário de 45 anos do PT, na Zona Portuária do Rio.
— Janja agora é a bola da vez. Para me atingir, atacam a Janja. E eu digo sempre para a Janja: ou você para de fazer o que gosta ou continua falando até perceberem que não vão mudar sua ideologia — iniciou.
Lula disse ainda que, em sua casa, suas mulheres sempre tiveram liberdade. Ele citou sua ex-mulher, Marisa Letícia, que faleceu em 2017.
— Graças a Deus eu tenho uma mulher com quem converso sobre política. Lá em casa, foi assim com a Marisa e é assim com ela, não tem medo de falar com o marido. Na minha casa, é proibido proibir.
O presidente iniciou seu discurso contando sobre sua saúde. Em dezembro, ele passou por uma cirurgia no cérebro em decorrência de uma hemorragia. Ele sofreu uma queda no banheiro enquanto cortava a unha da mão.
— Os médicos chegaram a dizer que eu poderia ter entrado em coma ou morrer. Ontem fiz exames e Lulinha está 100%. (…) Eu estou mais vivo do que nunca, mais forte do que nunca e quem quiser me derrotar vai ter que ir para a rua.
Além de Lula, também discursaram os líderes na Câmara e no Senado, Lindbergh Farias e Rogério Carvalho, respectivamente, assim como o prefeito de Fortaleza, Evandro Leitão, e o governador do Piauí, Rafael Fonteles. A deputada federal Benedita Gonçalves cantou “O Poder da Criação”, de João Nogueira.
A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, fez um aceno ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
— O déficit orçamentário nós estamos resolvendo né, ministro Fernando Haddad, com seu trabalho e comprometimento.
O ex-ministro José Dirceu teve uma das recepções mais marcantes. Preso em três ocasiões diferentes, por acusações referentes ao Mensalão e à Lava-Jato, Dirceu foi recebido com gritos de “Dirceu, guerreiro do povo brasileiro”.
Reforma ministerial
A primeira-dama, Janja da Silva, e treze ministros estão presentes, incluindo os três que podem sofrer mudanças na iminente reforma ministerial, como Nísia Trindade (Saúde), Márcio Macedo (Secretaria-Geral), e Alexandre Padilha (Relações Institucionais).
O gesto político mais marcante ocorreu com Nísia Trindade, que além de estar sendo fritada no governo, não é filiada ao PT.
Nos bastidores, articuladores do presidente dão como certa a saída de Nísia. Por ser uma pasta estratégica, o ministério sempre foi alvo de desejo dos partidos, enquanto a ministra sempre representou uma indicação técnica e não política.
Quem deve substituí-la é o atual ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT), que sentou ao lado de Nísia no ato desde sábado. A reforma ministerial pode fazer com que o PT some mais um cargo de poder, uma vez que o partido deve continuar com o comando das Relações Institucionais.
O que explica esta possibilidade é um desinteresse do centrão. O ex-presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), chegou a ser cotado para o cargo, mas as negociações não vingaram, diante da queda de popularidade do governo. Um dos nomes que despontam para substituir Padilha é o do atual líder de governo na Câmara, José Guimarães.
O caso de Márcio Macedo envolve a possível indicação da presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, para ocupar o seu lugar. Neste contexto, ele poderia vir a concorrer ao cargo de tesoureiro.
O cenário, contudo, não é simples: Gleisi quer a reeleição e tem força no partido, sendo uma das principais responsáveis pela nomeação de Macaé Evaristo no Ministério da Igualdade Racial.
Com informações de O Globo
Fonte: https://agendadopoder.com.br/nos-45-anos-do-pt-lula-defende-janja-de-ataques-da-oposicao-tenho-uma-mulher-com-quem-converso-sobre-politica/