Imagine passar por um teleatendimento médico em sua casa. O doutor te recomenda alguns remédios e a maioria deles precisa de receita. A clínica pode até te enviar o documento online, mas você não tem uma impressora por aí. Qual a solução mais simples? Imprimir na rua? Não! A solução mais simples é esperar um drone te entregar a receita física!
Loucura? Pode até ser aqui no Brasil. Mas essa é a realidade de pacientes da Cleveland Clinic, em Ohio, nos Estados Unidos. O centro médico firmou uma parceria com a operadora de drones Zipline e já está oferecendo esse tipo de serviço para clientes — ainda em versão de testes. A ideia é que a implantação seja concluída nos próximos meses.
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Esse é apenas um exemplo de como os drones estão transformando a medicina nos EUA. As primeiras entregas do tipo começaram há 10 anos aproximadamente, mas eram bastante limitadas. Hoje, com o avanço da tecnologia e com normas mais bem definidas, várias empresas começaram a investir nesse negócio.
Hospitais e médicos estão cada vez mais experimentando o uso de drones não só para entregar receitas, mas também medicamentos em si, exames laboratoriais e suprimentos para pacientes sendo tratados em casa. E esses são apenas alguns dos exemplos.
Emergência e socorro
- Alguns médicos estão testando se drones podem ser usados para entregar órgãos para transplante.
- É o caso do Dr. Joseph Scalea, professor e diretor de inovação da Universidade Médica da Carolina do Sul.
- Ele pretende conduzir um grande ensaio clínico em 2026 para estudar a segurança e a eficácia do uso de drones para transporte de órgãos em escala comercial.
- Scalea argumenta que a tecnologia pode ser essencial para esse tipo de serviço, pois barateia o custo e acelera o transporte.
- Um drone, por exemplo, não pega o trânsito de uma metrópole e isso pode fazer a diferença para o paciente que está esperando pela cirurgia.
- O doutor supervisionou, em 2019, a entrega por drone de um rim para transplante em um projeto no University of Maryland Medical Center.
- Depois disso, ele criou uma plataforma para conectar cirurgiões e hospitais, e para fornecer uma maneira de rastrear e monitorar a saúde dos órgãos em tempo real durante o transporte.
“Ter maior visibilidade não apenas da localização, mas também do status daquele órgão (em que hora e em que condição vai chegar) é vantajoso para o transplante”, disse Scalea. “Porque a cada minuto que passa, há algum grau de dano ao órgão que ocorre”, concluiu o médico.
Mais inovações
Na Flórida, o Tampa General Hospital fez um acordo com o Condado de Manatee e a operadora de drones Archer First para entregar equipamentos de primeiros socorros, como torniquetes, sprays Narcan (contra overdose) e até mesmo desfibriladores móveis.
O projeto local visa levar esses itens a pessoas em situação de perigo que acionarem o serviço de emergência, o 911 do condado.
Autoridades de Segurança Pública de outros lugares olham com atenção para essa iniciativa. É claro que ela tem pontos fracos, por exemplo quem vai saber usar o desfibrilador. A ideia, porém, também traz inúmeras vantagens, sobretudo na velocidade da entrega.
Um estudo sueco publicado na revista científica The Lancet em 2023 mostrou que drones equipados com desfibriladores chegaram ao local de uma parada cardíaca até três minutos antes de uma ambulância. E quem é da área de saúde sabe: às vezes, 3 minutos é a diferença entre a vida e a morte.
Ainda não há um veredito sobre a eficácia de nenhuma dessas iniciativas com drones. Elas, no entanto, tendem a ficar. Um estudo de 2024 da consultoria Pricewaterhouse Coopers estima que o valor global de mercadorias entregues por drones deve disparar nos próximos 10 anos.
No ano passado, essas máquinas transportaram US$ 251 milhões em itens. A projeção da PwC é que esse número salte para mais de US$ 65 bilhões na próxima década.
As informações são do The Wall Street Journal.
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Fonte: https://olhardigital.com.br/2025/02/23/medicina-e-saude/veja-como-os-drones-estao-revolucionando-a-medicina-nos-eua/
