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Ter uma vida saudável e evitar possíveis causadores de doenças é algo necessário para todos que se preocupam com a saúde. Contudo, existem alguns hábitos que são muito prejudiciais e podem causar câncer, como é o caso do bronzeamento artificial feito em câmaras.
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o câncer de pele é o que mais acontece no Brasil, correspondendo a cerca de 33% de todos os tumores malignos registrados no país. O uso dessas cabines de bronzeamento podem aumentar em até 75% o risco de adquirir o câncer de pele, além de provocar outros problemas como queimaduras e envelhecimento precoce da pele.
Ainda assim, em nome da estética, muitas pessoas recorrem a essa opção para ter uma pele bronzeada. Confira, a seguir, mais informações sobre a ligação entre as câmaras de bronzeamento artificial e o câncer de pele.
Fato ou fake: bronzeamento artificial em câmara dá câncer?
De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o uso de máquinas de bronzeamento artificial aumenta em 75% o risco da ocorrência de câncer de pele. Por conta disso, o uso dessas câmaras foi proibido pelo órgão em 2009, após divulgarem a informação de que os raios ultravioletas emitidos por elas são 12 vezes mais potentes que os raios do sol.
De acordo com o diretor da Anvisa na época, Dirceu Barbano, o uso prolongado das máquinas de bronzeamento podem causar outros danos além do câncer, como queimaduras e envelhecimento precoce da pele.
A Iarc (Agência Internacional para Pesquisa do Câncer), que é um braço da OMS (Organização Mundial da Saúde) voltado para pesquisas da área oncológica, foi responsável por elevar o nível de alerta do bronzeamento artificial.
De acordo com as entidades, as cabines usadas no processo deixaram de ser “prováveis cancerígenas” para se tornar uma causa concreta de tumor na pele. Essa relação é a mesma entre o cigarro e o câncer, por exemplo.
Essa conclusão veio depois que um grupo de 20 especialistas atestou que o risco de câncer de pele aumenta em torno de 75% depois que as pessoas começam a usar câmaras de bronzeamento antes dos 30 anos.
O médico oncologista do Instituto de Oncologia do Paraná, Luciano José Biasi, alerta que os riscos são ainda maiores para pessoas com pele, cabelos e olhos claros: o público-alvo que mais procura pelo procedimento a fim de aumentar a pigmentação da pele.
Normalmente essa pele não responde muito bem ao sol e, por isso, o individuo não consegue se bronzear de forma adequada. Essa resposta não muito boa ao sol é a mesma resposta que aumenta o risco para o câncer de pele.
— Luciano José Biasi, médico com especialização em oncologia (CRM-PR 11989 | RQE 16156)
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De acordo com Biasi, a lâmpada utilizada nas câmaras de bronzeamento artificial representa uma das frações do raio ultravioleta, o que causa o câncer de pele. Segundo o profissional, as sociedades de cancerologia e dermatologia são contrárias à utilização do bronzeamento artificial na cosmiatria.
Os raios emitidos pelas câmaras estimulam a produção de melanina, e é justamente essa radiação que está relacionada a um maior risco de melanoma, o tipo mais agressivo de câncer de pele. As lâmpadas usadas nas cabines podem acelerar o envelhecimento da pele, e o excesso de radiação pode danificar o DNA das células. O melanoma acontece quando uma das células danificadas se plorifera.
A partir de 1992, os raios solares ultravioletas (A, B e C), assim como os UVA artificiais de lâmpadas de bronzeamento, foram classificados no nível 2 de perigo do Iarc. Porém, depois desses estudos, a radiação passou a ser de nível 1, que classifica produtos cancerígenos para os seres humanos.
As câmaras de bronzeamento emitem radiação ultravioleta (UV) nas faixas UVA e UVB, sendo que a faixa UVA tem comprimento de onda de 315 a 400 nanômetros (nm) e a faixa UVB de 280 a 315 nm.
Mesmo sendo um risco para todas as pessoas, independente da faixa etária e do gênero, alguns grupos de pessoas são totalmente proibidas de fazer bronzeamento artificial. São eles:
- Menores de 16 anos (entre 16 e 18 é preciso a autorização dos pais ou responsáveis);
- Grávidas;
- Pessoas com a pele machucada;
- Pessoas que estão fazendo depilação a laser;
- Pessoas com alergias.
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Qual o melhor: tomar sol ou fazer bronzeamento artificial?
Mesmo que ambos os métodos possam causar danos à pele, como manchas, queimaduras, flacidez, rugas e câncer de pele, tomar sol ainda é mais seguro do que fazer bronzeamento artificial; isso se você considerar que as lâmpadas da câmara de bronzeamento possuem uma facilidade maior para acelerar o desenvolvimento do câncer. Apesar disso, a exposição solar proposital e desprotegida é desaconselhada. O ideal é sempre utilizar o protetor solar em todas as partes expostas ao sol e reaplicá-lo a cada 2 horas.
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Para tomar sol de forma mais segura, você deve:
- Sempre utilizar protetor solar (em quantidades generosas) acima do fator 30 em todas as áreas expostas ao sol e reaplicar o produto a cada 2 horas;
- Evitar o sol entre 10h e 16h, quando a radiação UV é mais potente;
- Fazer pausas e não ficar mais de 3 horas ao sol.
Contudo, a única forma de ter a pele bronzeada sem que ela sofra com radiação é utilizando bronzeadores artificiais, como cremes autobronzeadores ou bronzeamento a jato.
Os primeiros são produtos do qual a pessoa passa na pele e ela muda de cor, sem que seja necessária a exposição ao sol ou em câmaras. Já o segundo é uma câmara onde o indivíduo fica parado enquanto jatos de bronzeadores (um produto químico) tinge a pele da pessoa, sem envolvê-la de radiação.
A exposição de forma desprotegida aos raios UVA e UVB é capaz de danificar o DNA nas células da pele, o que pode produzir defeitos genéticos ou mutações, e que podem levar a câncer de pele e envelhecimento precoce.
Os raios UVA podem penetrar de forma profunda na pele, atingindo sua camada mais profunda, a derme. É tão profundo que causa mutações genéticas nas células, aumentando as chances de desenvolver câncer.
O post Pagar para ter câncer: é verdade que sessões em câmara de bronzeamento causam câncer de pele? apareceu primeiro em Olhar Digital.
Fonte: https://olhardigital.com.br/2025/02/24/medicina-e-saude/pagar-para-ter-cancer-e-verdade-que-sessoes-em-camara-de-bronzeamento-causam-cancer-de-pele/