25 de fevereiro de 2025
Ativistas protestam em frente a prédio no Flamengo onde mora
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Cerca de 100 jovens do movimento Levante Popular da Juventude realizou um ato, na manhã desta segunda (24), em frente do prédio onde mora o general reformado José Antônio Nogueira Belham, no bairro do Flamento, na Zona Sul do Rio. O militar é um dos acusados de participar da tortura, assassinato e desaparecimento do ex-deputado Rubens Paiva durante a ditadura. O movimento reivindica justiça para Rubens Paiva e que a Lei da Anistia (Lei 6.683/1979) não se aplique a crimes como assassinatos, torturas e ocultação de cadáver.

No asfalto, em frente ao prédio, os manifestantes pintaram a frase ‘Ainda estamos aqui‘, em referência ao filme que narra a história da família Paiva, e levantaram cartazes com fotos de Rubens Paiva e de outros mortos e desaparecidos pelo regime militar, principalmente ligados a movimentos estudantis, como a líder da União Nacional dos Estudantes (UNE) Helenira Resende; o então presidente da Federação dos Estudantes da Universidade de Brasília Honestino Guimarães e o estudante secundarista Edson Luís.  

“Não esqueceremos, não descansaremos, até que haja justiça para Rubens Paiva e para todos e todas que morreram lutando por democracia, aqueles que foram de aço nos tempos de chumbo. Somente com justiça poderemos construir uma sociedade efetivamente democrática e superar, sem esquecimento e sem perdão, um dos períodos mais sombrios da nossa história”, diz um comunicado publicado pelo Levante Popular da Juventude em suas redes sociais.

O general comandou o Destacamento de Operações de Informações/Centro de Operações de Defesa Interna do Exército (DOI-Codi), um dos principais órgãos de repressão da ditadura militar, de 1970 a 1971, período em que o ex-deputado federal Rubens Paiva teria sido morto dentro da unidade. Em 2014, a Comissão da Verdade concluiu que o general Belham foi um dos responsáveis pela morte de Rubens Paiva, a partir de provas documentais e de depoimentos de ex-agentes da repressão.

Em depoimento à comissão, Belham disse que não tinha conhecimento de torturas cometidas contra Paiva e que estava de férias durante a data provável de sua morte. A comissão retrucou seu depoimento, desmentido pelas provas colhidas.

Após o depoimento, Belham foi denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF) , junto com outros quatro militares, pela morte do ex-deputado. O processo foi arquivado com base na Lei da Anistia, mas será reanalisado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Apenas dois dos acusados ainda estão vivos, o general Belham e o major reformado Jacy Ochsendorf e Souza.

Com informações da Agência Brasil

Fonte: https://agendadopoder.com.br/ativistas-protestam-em-frente-a-predio-onde-mora-general-acusado-da-morte-de-rubens-paiva/