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Este ano, o Oscar e o carnaval dividem a atenção dos brasileiros. Enquanto alguns estão atentamente preocupados com os looks para usar durante os bloquinhos, outros já transformaram o dia da premiação como um ritual. O jovem Pedro Vendrell, de 19 anos, começou a reunir seus amigos para jantares em sua casa quando tinha alguma premiação importante e a tradição ficou. ” Virou tradição! Todo mundo vem bem arrumado, fazemos vídeos, fotos. Até viralizou, recentemente, quando fizemos nosso jantar do Grammy, premiação de música. Eu sempre sou o anfitrião que recebe todo mundo, gosto muito de fazer esses jantares temáticos“, afirmou o rapaz.

Antes de a premiação começar, enquanto a transmissão ainda está no tapete vermelho, Pedro e seus amigos declaram para quem ou quais personalidades/obras estão torcendo. Além disso, o grupo realiza a própria cerimônia com premiações especiais. Uma das amigas de Pedro, Maria Beatriz Negreiros, irá assistir ao Oscar pela primeira vez com os amigos e está animada para poder conversar sobre tudo o que irá acontecer durante o evento. “Vamos fazer o Oscar do nosso grupo de amigos. Uma amiga fez um formulário com várias categorias tipo melhor look do ano, melhor dupla do ano, melhor foto do ano e votamos”, conta Maria Beatriz, sobre a programação da noite.

Pedro assistiu a todos os filmes indicados para categoria de Melhor filme, o jovem afirma que sua torcida está direcionada em Conclave e Ainda estou aqui. “Claro que o Brutalista não é esquecido, mas aqueles dois me pegaram demais, foram os únicos a que assisti mais de uma vez no cinema. Quem diria que iríamos ficar torcendo pro Cardial Lawrence e pra Eunice Paiva em uma mesma noite?“, expressa o rapaz. Já para Maria Beatriz, a torcida também é para o longa brasileiro e gostaria que Duna: Parte 2 não saísse de mãos vazias.

Bruno Reis, gestor comercial de 34 anos, e Cacau Borges, artista e historiadora de 36 anos, entendem a premiação como um evento de seriedade e descontração. Com decorações feitas à mão, roupas de gala e prêmios criados pelos amigos, o grupo têm essa tradição há mais de cinco anos e tudo iniciou em conversas por redes sociais.

Inicialmente foi criado um grupo para debater sobre filmes e séries. Bruno e Cacau sempre comentaram as premiações nesse espaço. “Somos aqueles amigos mais ligados nos filmes, que curtem, assistem, comentam. Popularmente, o pessoal chama de cinéfilo, mas a gente só gosta de cinema mesmo“, conta Bruno. Durante um bate-papo entre eles, Cacau enviou uma foto de um vestido de gala que iria usar e ironizou que estava a caminho de Los Angeles para a premiação. “Essa brincadeira virou inspiração para a gente fazer uma reunião com a galera para assistir todo mundo junto, nesse clima de gala. Desde então, todos os anos, nos reunimos no estilo para acompanhar a premiação”, afirma a dupla.

O grupo também articula a própria premiação. São três grandes prêmios na noite dos amigos: o primeiro é o Prêmio Glória Pires de Proficiência Cinematográfica, que distingue quem acertou menos as escolhas da Academia. “Premiamos quem marcou menos pontos com um filme bem legal para ela se inteirar da sétima arte. Este ano vai ser o polêmico Shakespeare Apaixonado, mas já foi As Branquelas, por exemplo“, destacam Bruno e Cacau. Quem marcar mais pontos na noite leva para casa o Prêmio Rubens Ewald Filho de Pedância Cinéfila. Nessa categoria, Bruno já possui duas estatuetas e está em busca da terceira. Fechando a premiação da noite, o Prêmio Ronaldo Ésper Haute Couture consagra o casal da festa que estiver mais estiloso da noite.

Bruno e Cacau pedem desculpas a Fernanda Torres, mas estão torcendo para a atriz e para o filme de Walter Salles em clima de Copa do Mundo. Para eles, Ainda Estou Aqui precisa trazer de volta de Los Angeles pelo menos uma estatueta. Contudo, a torcida foi declarada para Coralie Fargeat, diretora de A substância, nas categorias de Melhor direção e Melhor roteiro original, e para Jarin Blascke, em Melhor fotografia, por Nosferatu.