Eduardo Bolsonaro diz que Filme de Walter Salles retrata uma “Ditadura Inexistente”

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) criticou o filme Ainda Estou Aqui, dirigido por Walter Salles, afirmando que a obra retrata uma “ditadura inexistente“. Em publicação no X, o parlamentar reiterou sua posição de perseguido pelo Judiciário e condenou a prisão dos envolvidos nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023, em Brasília.

A postagem de Eduardo Bolsonaro foi uma reação a um vídeo no qual Walter Salles, durante uma entrevista nos Estados Unidos, analisa o cenário político americano e aponta sinais de fragilização da democracia. Segundo o deputado, o cineasta pode criticar o governo de Donald Trump livremente, enquanto, no Brasil, opositores ao governo federal ou ao Supremo Tribunal Federal (STF) não teriam o mesmo direito.

“Há dois tipos peculiares de psicopatas: o cínico, que disfarça sua natureza demoníaca, e o escrachado. Acredito que o sujeito que bate palmas para prisão de mães de família, idosos e trabalhadores inocentes, enquanto faz filme de uma ditadura inexistente e reclama do governo americano que lhe dá todos os direitos e garantias para que suas reclamações públicas e mentirosas sejam respeitadas pelo sagrado direito da liberdade de expressão, define em essência o conceito do psicopata cínico”, escreveu Eduardo Bolsonaro.

Na sequência, o parlamentar atacou diretamente o ministro do STF Alexandre de Moraes. “Se qualquer brasileiro fizer essa mesma crítica ao regime instaurado por Alexandre de Moraes, que Walter Salles aplaude e legitima, estaria com certeza na cadeia ‘gozando de todos o esplendor da democracia da esquerda’. Deve ser realmente muito difícil viver na ditadura americana”, ironizou.

A entrevista de Walter Salles também contou com a participação dos atores Fernanda Torres e Selton Mello, que interpretam Eunice Paiva e Rubens Paiva no filme. Ainda Estou Aqui foi recentemente premiado com o Oscar de Melhor Produção Internacional, um feito inédito para o Brasil.

O longa retrata a trajetória de Eunice Paiva na busca por justiça após a prisão arbitrária, tortura e assassinato de seu marido, Rubens Paiva, deputado federal cassado durante a ditadura militar brasileira (1964-1985)

Fonte: Correio Braziliense