9 de março de 2025
Alckmin cita superávit comercial dos EUA com Brasil em reunião
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Brasil e Estados Unidos deram, nesta quinta-feira, o primeiro passo para a negociação de um acordo para evitar que as exportações brasileiras sejam afetadas pela elevação de tarifas nas importações de aço e alumínio anunciada por Donald Trump. Este foi o principal resultado de uma reunião entre vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), Geraldo Alckmin, com os dois principais responsáveis pelo tema da equipe de Trump: o secretário de Comércio, Howard Lutnick, e o representante comercial americano, Jamieson Greer.

A reunião, realizada por videoconferência, foi o primeiro contato de alto nível entre autoridades dos dois países para tratar do tarifaço, que atinge as importações de todos os países. Além do aço e do alumínio, Trump avisou que vai aumentar as alíquotas de produtos cujo imposto é maior do que o cobrado pelos americanos, como o etanol.

Superávit

Durante a conversa, o vice-presidente lembrou que Brasil e EUA têm uma balança comercial de cerca de US$ 80 bilhões, com um superávit de US$ 200 milhões para os americanos. Além disso, dos dez produtos que o Brasil mais exporta para os Estados Unidos, em oito a tarifa é zero. Argumentou, ainda, que a tarifa média ponderada efetivamente recolhida é de 2,73%, bem abaixo do que sugerem as tarifas nominais.

“O Brasil responde pelo 7º maior superávit comercial de bens dos Estados Unidos. Se somarmos bens e serviços, o superávit comercial dos Estados Unidos como Brasil supera os US$ 25 bilhões”, destaca uma nota divulgada pela Vice-Presidência da República.

O texto informa que o diálogo abordou a pauta do comércio bilateral e as políticas tarifárias dos EUA. “Ambos concordaram em manter, nos próximos dias, reuniões bilaterais”. Destaca que “houve convergência quanto aos aspectos positivos da relação entre o Brasil e os Estados Unidos”.

Alckmin ressaltou que a intenção do governo brasileiro é fortalecer a complementariedade econômica entre os países e aumentar a reciprocidade, fortalecer nossas empresas e, acima de tudo, contribuir para as boas práticas comerciais entre os dois países.

“O vice-presidente considerou positiva a conversa e acredita que, através do diálogo, será possível chegar a um bom entendimento sobre a política tarifária e outras questões que envolvam a política comercial entre os países”, diz o comunicado.

A conversa, pedida pelo vice-presidente, havia sido marcada para a última sexta-feira, mas acabou sendo cancelada. Nessa tentativa de aproximação com o governo Trump, a grande novidade foi a presença de Greer, o que indica que os EUA estariam dispostos a discutir um acordo com o Brasil. Isto porque, nos EUA, cabe ao representante comercial negociar com outros países.

Um dos argumentos usados pelo Brasil é que as exportações brasileiras não são uma ameaça às indústrias americanas, porque as economias dos dois países são complementares. Além disso, quem pagará mais caro pelo tarifaço serão as empresas dos EUA, que dependem de produtos siderúrgicos para a produção.

Com informações de O Globo

Fonte: https://agendadopoder.com.br/alckmin-cita-superavit-comercial-dos-eua-com-brasil-em-reuniao-com-equipe-de-trump-sobre-tarifaco/