
A defesa do ex-comandante da Marinha, Almir Garnier Santos, entregou nesta sexta-feira (7) ao Supremo Tribunal Federal (STF) sua resposta às acusações da Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre sua suposta participação em uma trama para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Os advogados do militar negam qualquer envolvimento e reforçam sua inocência.
A PGR sustenta que Garnier teria sido o único entre os três comandantes das Forças Armadas a concordar com a intentona golpista, chegando a colocar tropas à disposição. Em reunião no Ministério da Defesa, no dia 14 de dezembro de 2022, ele teria sido o único a não se opor ao decreto apresentado pelo então ministro Paulo Sérgio Nogueira. No entanto, a defesa alega que o documento não teve qualquer relevância prática, já que ajustes foram solicitados e uma nova reunião foi convocada.
Os advogados argumentam que Garnier jamais teve participação ativa em qualquer plano golpista e que sua postura foi de “omissão” e “inércia”, sem contribuir efetivamente para a materialização de qualquer ação ilegal. Eles também destacam que o nome do almirante não foi incluído na minuta do decreto que previa a criação de um Gabinete de Crise, o que demonstraria sua não adesão ao grupo.
Outro ponto contestado são mensagens usadas como prova pela Polícia Federal, incluindo uma em que um tenente-coronel do Exército afirma que Garnier tinha “tanques prontos”. Para a defesa, tais mensagens não têm comprovação de autenticidade e não podem ser consideradas evidências sólidas de envolvimento em um plano para abolição do Estado Democrático de Direito.
A PGR, por sua vez, reforça a tese de que as reuniões de Bolsonaro com os comandantes militares após sua derrota nas eleições faziam parte de um “ato de insurreição em curso”. O caso segue sob análise do STF.
Com informações de O Globo
Fonte: https://agendadopoder.com.br/defesa-de-ex-comandante-da-marinha-nega-adesao-a-golpe-e-contesta-acusacoes-da-pgr/