
A Casa Branca confirmou nesta terça-feira (11) que irá aplicar tarifas de 25% sobre a importação de aço e alumínio de todos os seus parceiros comerciais, incluindo o Brasil, sem exceções ou isenções. A medida, que entra em vigor à meia-noite desta quarta-feira (12), deve impactar diretamente a indústria siderúrgica brasileira, já que cerca de metade das exportações nacionais de aço tem como destino os Estados Unidos.
Em 2023, o Brasil exportou 3,88 milhões de toneladas para os americanos, o que representou 16% das compras totais dos EUA. Em janeiro deste ano, o país chegou a ultrapassar o Canadá e se tornou o maior fornecedor de aço para o mercado norte-americano.
A decisão do governo norte-americano foi justificada por Donald Trump em fevereiro, ao alegar que o Brasil estaria importando grandes quantidades de aço da China para reexportá-lo aos EUA. O Instituto Aço Brasil rebateu a acusação, afirmando que o setor brasileiro também enfrenta concorrência predatória da China e que já solicitou medidas de defesa comercial ao governo brasileiro.
A taxação acendeu um alerta entre as empresas do setor. Analistas avaliam que siderúrgicas como ArcelorMittal, Ternium e Usiminas serão as mais prejudicadas, pois fornecem aço semiacabado para plantas industriais nos EUA. As perdas para a indústria brasileira podem chegar a US$ 5 bilhões (R$ 29 bilhões), segundo estimativas de Marco Antônio Castello Branco, ex-presidente da Usiminas e ex-diretor da Vallourec.
Brasil busca estratégia para mitigar prejuízos
A Gerdau, por outro lado, tende a ser menos afetada, já que apenas uma pequena parcela de suas exportações é destinada aos EUA. A empresa prioriza mercados na América do Sul, Central e Europa, reduzindo sua exposição ao impacto das tarifas.
Diplomatas brasileiros já esperavam pela confirmação da tarifa e agora buscam estratégias para mitigar os prejuízos. Fontes do governo avaliam a possibilidade de medidas retaliatórias contra produtos americanos, mas reconhecem que a decisão de Trump tem motivações políticas e se alinha à sua promessa de campanha de fortalecer a indústria norte-americana.
Com informações da Folha de S.Paulo
Fonte: https://agendadopoder.com.br/eua-confirmam-taxacao-de-25-do-aco-e-aluminio-do-brasil-ja-nesta-quarta-e-prejudicam-exportacoes-nacionais/