
Na madrugada desta sexta-feira (14), um verdadeiro espetáculo tomou conta do céu: o primeiro eclipse de 2025. Enquanto para nós, a Lua foi ocultada pela sombra da Terra (ou seja, um eclipse lunar), do ponto de vista do satélite natural, foi o Sol que acabou escondido pelo planeta (o que caracteriza um eclipse solar).
Para os observadores na Terra, o céu ganhou uma “Lua de Sangue” por cerca de 65 minutos, gerando imagens incríveis que foram compartilhadas nas redes sociais – confira aqui.
Também há registros da ocultação do Sol pelo planeta. E o responsável pela captura foi o módulo de pouso Blue Ghost, da Firefly Aerospace, que pousou na Lua em 2 de março. Esse é um feito histórico, já que foi a primeira vez que um equipamento privado (sem ligação com qualquer agência espacial federal) observou um eclipse solar diretamente da superfície lunar.
“Blue Ghost ganhou seu primeiro anel de diamante!”, celebrou a Firefly Aerospace, responsável pela sonda, em um comunicado. A expressão faz referência ao contorno luminoso do Sol ao redor da Terra.
Segundo a empresa, o módulo capturou a Terra bloqueando o Sol durante o eclipse por volta das 5h30 (pelo horário de Brasília). “Quando o Sol começou a espreitar ao redor da Terra, formou um anel de luz brilhante no céu lunar escuro”.
Uma foto tirada cerca de quatro horas antes do registro do “anel de diamante” mostra os estágios iniciais do eclipse. Alguns Instrumentos e antenas do Blue Ghost podem ser vistos na foto ao lado dos painéis solares da espaçonave.

O fenômeno “anel de diamante” também pode ser observado da Terra durante eclipses solares, quando surgem pontos luminosos à medida que a luz do Sol passa por vales e montanhas na superfície da Lua, momentos antes ou logo após a totalidade.
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O que o módulo Blue Ghost vai fazer na Lua
Desde o pouso e ao longo de 14 dias terrestres da missão (o equivalente a um dia lunar), a sonda Blue Ghost conduz operações na superfície e oferece suporte a demonstrações científicas e tecnológicas da NASA.
Confira abaixo o que está previsto nos trabalhos desempenhados pela espaçonave:
- Perfuração subterrânea;
- Coleta de amostras e imagens de raios X;
- Testes do sistema global de navegação por satélite e da computação tolerante à radiação;
- Captura de imagens de alta definição de um eclipse total – quando a Terra bloqueará o Sol acima do horizonte da Lua – em 14 de março;
- Registro do pôr do sol, em 16 de março, fornecendo dados sobre como a poeira lunar levita devido às influências solares e cria um brilho no horizonte documentado pela primeira vez por Eugene Cernan, na Apollo 17.
A poeira lunar pode ser um desafio para futuras bases em nosso satélite natural. Por isso, observações e testes são importantes.
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Fonte: https://olhardigital.com.br/2025/03/14/ciencia-e-espaco/nave-privada-na-lua-ganha-anel-de-diamante-historico-em-noite-de-eclipse/