17 de março de 2025
Com foco nas eleições de 2026, manifestação de Copacabana quase
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Na pista da orla de Copacabana, o tema “Anistia Já” aos presos do dia 8 de Janeiro perdeu o protagonismo para o foco na disputa de 2026. Pedidos para Bolsonaro voltar à Presidência dominaram não só os trios como também camisas e faixas da militância ali presente. Nos prédios, poucas bandeiras do Brasil e a provocação numa faixa exposta na janela de um apartamento: “Sem Anistia”. Em atos anteriores, os imóveis da orla eram uma espéciude de camarotes dos eventos

Temas que marcaram o último evento, realizado no ano passado, como pedidos de ajuda ao proprietário do X (antigo Twitter) ou a Donald Trump foram raros entre os participantes e sequer foram citados ao palco. Assim como questões como Impeachment de Lula também foram deixadas de lado até entre os deputados que montaram tendas na Avenida Atlântica para divulgar o próprio mandato.

Além de movimentação em torno da corrida presidencial, o nome para segunda vaga escolhido pelo Partido Liberal para disputar o Senado continua um mistério. No trio do evento, organizado pelo pastor Silas Malafaia, não houve espaço para fala de nomes como do vice-presidente da Câmara, Altineu Côrtes (PL-RJ), como também do atual senador Carlos Portinho, líder do PL no Senado. Portinho, inclusive, deixou o evento com a mulher e equipe antes de Jair Bolsonaro falar ao microfone. De acordo com a assessoria de imprensa do parlamentar, Portinho precisou deixar o local, pois a mãe dele estaria passando mal por conta do calor, que ao ar livre, era de 27° C. Portinho é considerado um potencial candidato à reeleição, cargo que assumiu após a morte do senador Arolde de Oliveira, em 2020.

Penúltimo a encerrar as falas, antecedendo somente a Bolsonaro, Malafaia tomou posse da condição de anfitrião e em ritmo de “aula” sobre o que teria ocorrido aos presos pelos atos do dia 8 de janeiro, fez uma palestra mais longa até do que de Flávio Bolsonaro. Um dos ápices foi quando o religioso citou o nome do ministro do STF Gilmar Mendes, vaiado pelo público, antes mesmo do deputado explicar que o citou por conta das críticas de Mendes às delações premiadas contra bolsonaristas.

Notou-se também que o ato não deu holofotes a parlamentares fluminenses, dando protagonismo a estrelas do bolsonarismo, como o deputado gaúcho Coronel Zucco (PL-RS), que ao falar se equicovou quanto à pena da presa Débora Rodrigues, que será julgada só neste mês. Disse que a autora da pichação com batom na estátua do Supremo com a escrita “Perdeu, mané” foi condenada a mais de 10 anos, quando, na verdade, será julgada no próximo dia 21.

Família do Clezão, preso pelos atos de 8 de janeiro e que morreu por mal súbito na cadeia, também não teve destaque no trio em meio aos políticos e evangélicos, porém, integrou a concentração bolsonarista no Hotel Pestana, ocorrida um pouco antes do início do Anistia Já, com direito a fotos ao lado de recém-eleitos.

Fonte: https://agendadopoder.com.br/com-foco-nas-eleicoes-de-2026-manifestacao-de-copacabana-quase-deixa-de-lado-a-bandeira-da-anistia/