19 de março de 2025
Feminicídios aumentam no Rio e vítimas denunciam falta de acolhimento
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A Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) realiza, na manhã desta terça-feira (18), uma audiência pública para discutir o aumento de feminicídios no estado. Além da violência física brutal praticada por homens, as mulheres presentes relataram uma segunda forma de violência: a falta de acolhimento e o descaso por parte de órgãos e instituições estaduais.

Um dos relatos foi o de Graciele dos Santos Silva, vítima de uma tentativa de feminicídio em 2024, quando recebeu 15 facadas dentro de um consultório dentário em São Gonçalo. Mesmo após sobreviver ao ataque, Graciele enfrenta as consequências do descaso das autoridades.

“Fui super mal atendida pela unidade hospitalar quando fui fazer a revisão do curativo. A equipe médica ‘esqueceu’ um chumaço de gases dentro do meu braço, que só descobri por causa de uma secreção”, desabafou. “Fui a décima sétima vítima do meu agressor, que tinha 37 anotações policiais. Mas além da violência física, hoje sofro a violência institucional”, completou.

Os números do Instituto de Segurança Pública (ISP), anunciados pela presidente da Comissão, Renata Souza (Psol), mostram que em 2024 foram registrados 107 casos de feminicídio, um aumento de 8% em relação ao ano anterior. A deputada ressaltou a gravidade da situação: “Na prática, uma mulher é morta a cada 72 horas no estado”.

A promotora Eyleen Oliveira, do Ministério Público, reconheceu a necessidade de uma ação integrada entre diferentes áreas. “Uma das metas da nova gestão da Procuradoria Geral de Justiça é promover a articulação das demandas de saúde, educação, repressão e atenção”, afirmou.

Em atualização.

Fonte: https://agendadopoder.com.br/rio-em-alerta-feminicidios-aumentam-e-vitimas-denunciam-falta-de-acolhimento-institucional/