
Documentos divulgados terça-feira (18) pelo Arquivo Nacional dos Estados Unidos indicam que a CIA executou operações de desinformação no Brasil, intensificando a guerra psicológica antes do golpe militar de 1964. As informações fazem parte de milhares de páginas relacionadas ao assassinato do presidente John F. Kennedy.
Entre os documentos, há registros de ações de “propaganda negra”, estratégia que consistia na disseminação de boatos, falsificação de documentos e construção de narrativas para influenciar a opinião pública e desestabilizar governos. O material reforça que os EUA estavam diretamente envolvidos na manipulação política no Brasil antes da deposição de João Goulart.
CIA agiu para sabotar encontro sindical no Rio
Uma das iniciativas documentadas ocorreu em dezembro de 1963, quando a CIA e outras agências discutiram formas de desmobilizar a CUTAL (Central Unificada dos Trabalhadores da América Latina), que realizaria um encontro no Rio de Janeiro entre 24 e 28 de janeiro de 1964. Entre as estratégias sugeridas estavam o uso da imprensa para desestimular a participação, pressões diplomáticas sobre delegados estrangeiros e a continuidade das operações de desinformação para provocar o adiamento da reunião.
Além disso, os registros mostram que a CIA utilizou transmissões da Voice of America para difundir relatos negativos sobre as condições de trabalho em países socialistas, reforçando o temor do avanço comunista. A influência norte-americana na guerra informacional teria contribuído para o ambiente político que culminou no golpe militar de 1964 e na instauração de um regime alinhado aos interesses dos EUA.
Com informações do Diário do Centro do Mundo
Fonte: https://agendadopoder.com.br/arquivos-de-kennedy-revelam-operacao-da-cia-para-desestabilizar-governo-brasileiro-em-1964/