20 de março de 2025
Novo capítulo da evolução humana é revelado em estudo genético
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Humanos modernos descendem não de uma, mas de pelo menos duas populações ancestrais. É o que mostra uma análise avançada baseada em sequências genômicas completas conduzida por pesquisadores da Universidade de Cambridge.

Até então, a visão predominante era de que o Homo sapiens descendia de uma linhagem única, tendo surgido pela primeira vez na África por volta de 200.000 a 300.000 anos atrás. Mas os resultados publicados na revista Nature sugerem uma nova abordagem.

A equipe encontrou evidências de que a genética dos humanos modernos provém da mistura de duas populações antigas que se separaram há cerca de 1,5 milhão de anos e, depois, se reconectaram, cerca de 300.000 anos atrás.

Pesquisadores de Cambridge usaram dados do 1000 Genomes Project (Imagem: Issaurinko/iStock)

Um dos grupos contribuiu com 80% da composição genética dos humanos modernos e o outro, 20%. O valor é substancialmente maior do que os 2% do DNA neandertal presente em humanos modernos não africanos.

A pesquisa sugere, portanto, que a interação de 300.000 anos atrás foi mais substancial do que o cruzamento de neandertais e os denisovanos com o Homo sapiens, há cerca de 50.000 anos.

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Como foi feita a análise?

Os cientistas priorizam a análise do DNA humano moderno, excluindo a necessidade de extração do material genético de ossos antigos. Os dados usados ​​no estudo são do 1000 Genomes Project, uma iniciativa global que sequenciou o DNA de populações da África, Ásia, Europa e Américas.

A partir daí, a equipe desenvolveu um algoritmo computacional chamado cobraa, que modela como populações humanas antigas se separaram e depois se fundiram novamente.

Análise foi feita com algoritmo computacional chamado cobraa (Imagem: Cavan Images/iStock)

“Imediatamente após as duas populações ancestrais se separarem, vemos um gargalo severo em uma delas — sugerindo que ela encolheu para um tamanho muito pequeno antes de crescer lentamente ao longo de um período de um milhão de anos”, disse o coautor Professor Aylwyn Scally, também do Departamento de Genética. 

O estudo concluiu que alguns dos genes da população que contribuíram com uma minoria do nosso material genético, particularmente aqueles relacionados à função cerebral e ao processamento neural, podem ter desempenhado um papel crucial na evolução humana.

Espécies como Homo erectus e Homo heidelbergensis são candidatos potenciais para esses ancestrais, mas seriam necessárias mais pesquisas para confirmar essa hipótese.

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Fonte: https://olhardigital.com.br/2025/03/19/ciencia-e-espaco/novo-capitulo-da-evolucao-humana-e-revelado-em-estudo-genetico/