23 de novembro de 2024
Sol em fúria: Terra é atingida por material disparado por
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Pela primeira vez em mais de um mês, o Sol sofreu uma erupção X, o tipo mais forte que existe. O evento, ocorrido no grupo de manchas solares AR3663 às 23h22 (pelo horário de Brasília) de quinta-feira (2), foi classificado como X1.7.

Em consequência, a radiação ionizou o topo da atmosfera da Terra, provocando um forte apagão de rádio R3 (em uma escala que vai de R1 a R5) em uma área sobre o Mar das Filipinas, ao sul do Japão, Austrália, e grande parte da China.

Vamos entender:

  • O Sol tem um ciclo de 11 anos de atividade;
  • Ele está atualmente no que os astrônomos chamam de Ciclo Solar 25;
  • Esse número se refere aos ciclos que foram acompanhados de perto pelos cientistas;
  • No auge dos ciclos solares, o astro tem uma série de manchas em sua superfície, que representam concentrações de energia;
  • À medida que as linhas magnéticas se emaranham nas manchas solares, elas podem “estalar” e gerar rajadas de vento;
  • De acordo com a NASA, essas rajadas são explosões massivas do Sol que disparam partículas carregadas de radiação para fora da estrela em jatos de plasma (também chamados de “ejeção de massa coronal” – CME);
  • Os clarões (sinalizadores) são classificados em um sistema de letras pela Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA (NOAA) – A, B, C, M e X – com base na intensidade dos raios-X que elas liberam, com cada nível tendo 10 vezes a intensidade do anterior;
  • A classe X, no caso, denota os clarões de forte intensidade, enquanto o número fornece mais informações sobre sua força;
  • Um X2 é duas vezes mais intenso que um X1, um X3 é três vezes mais intenso, e, assim, sucessivamente. 

De acordo com o guia de observação espacial EarthSky.org, o surto da noite passada marca um pico na atividade observada recentemente naquela região, que vem crescendo em tamanho e complexidade magnética, tornando-se a única a mostrar uma configuração beta-delta de alto potencial. 

É esperado que uma CME seja liberada do local da explosão. A confirmação aguarda novos dados do Observatório Solar e Heliosférico (SOHO), que é operado em parceria entre a NASA e a Agência Espacial Europeia (ESA).

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CME dupla disparada pelo Sol rompe o campo magnético da Terra

Algumas horas antes desse evento extremo, uma tempestade geomagnética inesperada de grau G3 (considerada forte em uma escala que vai de G1 a G5) atingiu a Terra. Começando às 14h59 e se estendendo por dois períodos de três horas, o evento foi provocado por duas CMEs de origem até agora desconhecida. 

Como consequência da perturbação da magnetosfera da Terra, foram observadas auroras até o sul de Washington, nos EUA. 

Segundo a plataforma de meteorologia e climatologia espacial Spaceweather.com, espera-se que outra CME atinja o campo magnético terrestre no sábado (4), podendo causar uma tempestade geomagnética G1 (fraca) e produzindo auroras no extremo norte do globo.

O que são auroras?

Fenômeno óptico que ocorre em latitudes extremas do globo terrestre, a aurora (boreal, quando formada no norte e austral, quando é formada no sul) é frequentemente visível a olho nu e é avistada nos céus noturnos. 

Se o vento solar estiver voltado para a Terra, a magnetosfera do planeta desvia a maioria das partículas, embora algumas consigam penetrar na atmosfera ao seguir as linhas magnéticas, especialmente nas regiões polares. Ao fazer isso, as partículas reagem com moléculas ali presentes, produzindo as auroras.

Apesar de geralmente apresentarem uma cor esverdeada leitosa, essas luzes também podem exibir tons de vermelho, azul, violeta e rosa. 

O post Sol em fúria: Terra é atingida por material disparado por explosões no astro apareceu primeiro em Olhar Digital.

Fonte: https://olhardigital.com.br/2024/05/03/ciencia-e-espaco/terra-e-atingida-por-material-disparado-por-explosoes-no-sol/