1 de abril de 2025
Acusações de golpe são “graves e infundadas”, diz Bolsonaro após
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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) negou nesta quarta-feira (26) sua participação em uma suposta tentativa de golpe de Estado, classificando as acusações como “graves e infundadas”. As declarações foram feitas logo após se tornar réu no Supremo Tribunal Federal (STF), onde a Primeira Turma aceitou por unanimidade a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra ele e mais sete aliados, considerados o “núcleo crucial” da trama golpista.

“Eu espero hoje botar um ponto final nisso aí. Parece que tem algo pessoal contra mim. A acusação é muito grave e são infundadas. E não é da boca para fora”, afirmou Bolsonaro. O ex-presidente também destacou que, enquanto ocupava a presidência, pediu a desmobilização de movimentos que clamavam por intervenções militares no Brasil. “Golpe tem povo, mas tem tropa, tem armas e tem liderança. Um ano, dois anos de investigação, não descobriram quem porventura seria esse líder”, declarou.

Bolsonaro recordou um pronunciamento que fez no Palácio da Alvorada em 2 de novembro, após sua derrota para Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições presidenciais de 2022. Ele afirmou que manifestantes pacíficos eram bem-vindos, mas que os atos não poderiam resultar em invasões de propriedade ou destruição de patrimônio. “Ato contínuo, começamos a transição. Alguns dias depois desse pronunciamento, os caminhoneiros começaram a obstruir vias pelo Brasil. Eu fiz um vídeo pedindo que eles desmobilizassem. Não tinha intenção nenhuma em parar o Brasil, criar um caos ou estava pensando em outra coisa”, disse.

Bolsonaro lembra que nomeou chefes militares escolhidos por Lula

Bolsonaro também se reuniu com José Múcio Monteiro, escolhido por Lula para o Ministério da Defesa, e afirmou ter atendido aos pedidos de apoio de Múcio. “Se tivesse qualquer ideia de força, não deixaria os comandantes do Lula assumirem”, assegurou.

No entanto, a PGR alega que Bolsonaro não tomou providências para remover os acampamentos golpistas em frente aos quartéis do Exército e que manteve reuniões durante a transição para articular um golpe de Estado. Ele se referiu à “minuta do golpe”, um documento que previa intervenção das Forças Armadas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e declarou: “Não assinei a minuta. Para dar andamento a isso, teria que convocar os conselhos da República e da Defesa”.

Bolsonaro enfatizou que, se houvesse qualquer ato preparatório, seria evidente que um golpe não opera dentro da legalidade. “Golpe tem conspiração com a imprensa, o parlamento, setores do Judiciário… Nada disso houve”, concluiu.

Com informações do g1

Fonte: https://agendadopoder.com.br/acusacoes-de-golpe-sao-graves-e-infundadas-diz-bolsonaro-apos-stf-torna-lo-reu/