1 de abril de 2025
Mascar chiclete pode trazer um ‘problema invisível’
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Um novo estudo aponta um efeito prejudicial causado por um comportamento bastante comum: mascar chiclete. Segundo os pesquisadores, a goma de mascar libera centenas de microplásticos diretamente nas nossas bocas.

O trabalho foi apresentado em uma reunião da Sociedade Americana de Química e revisado por outros especialistas, mas ainda não foi publicado. Apesar da conclusão, os cientistas não sabem ao certo que tipos de efeito isso pode ter na saúde humana.

As pequenas partículas foram identificadas em todos os produtos analisados

Durante a pesquisa, cinco marcas de goma de mascar sintética e outras cinco naturais, que usam polímeros à base de plantas, como a seiva das árvores, foram testadas. A equipe identificou a presença das pequenas partículas de plástico em todas elas.

As pequenas partículas de plástico também estão presentes nos chicletes (Imagem: Deemerwha studio/Shutterstock)

De acordo com o estudo, quase todos os microplásticos são liberados nos primeiros oito minutos de mastigação. Um grama de chiclete liberou, em média 100 microplásticos, mas alguns produtos podem liberar mais de 600.

Isso significa que pessoas que mascam cerca de 180 chicletes por ano podem ingerir cerca de 30 mil microplásticos. O número é considerado alto, mas é menor do que o consumo de um litro de água em uma garrafa plástica, por exemplo: em média, 240 mil microplásticos. As informações são da AFP.

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Amostra de microplásticos na água, armazenados em um pequeno vidro
Presença de microplásticos nas nossas vidas é preocupante (Imagem: MargJohnsonVA/Shutterstock)

Riscos dos microplásticos

  • Os microplásticos são pequenas partículas sólidas de materiais baseados em polímero com menos de cinco milímetros de diâmetro.
  • Além de levar milhares, ou até milhões de anos para se decompor, elas estão espalhadas por todo o planeta, inclusive na própria água potável.
  • Essas substâncias podem ser divididas em duas categorias: primárias e secundárias.
  • Os primários são projetados para uso comercial: são produtos como cosméticos, microfibras de tecidos e redes de pesca.
  • Já os secundários resultam da quebra de itens plásticos maiores, como canudos e garrafas de água.
  • Este tipo de material já foi detectado em diversos órgãos humanos, sendo encontrados no sangue, cérebro, coração, pulmões, fezes e até mesmo em placentas.
  • Embora os impactos à saúde humana ainda não sejam totalmente conhecidos, experimentos indicam que as substâncias podem ser consideradas um fator ambiental para a progressão de doenças, como o Parkinson.
  • Recentemente, estudos sugeriram que a exposição aos microplástiscos pode, inclusive, afetar a produção de espermatozoides nos testículos, contribuindo para o declínio da fertilidade.

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Fonte: https://olhardigital.com.br/2025/03/27/ciencia-e-espaco/mascar-chiclete-pode-trazer-um-problema-invisivel/