
A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu nesta quinta-feira o arquivamento de investigação contra o ex-presidente Jair Bolsonaro sobre a suposta fraude em cartão de vacina. De acordo com o procurador-geral da República, Paulo Gonet, não existem elementos que justifiquem a responsabilização de Bolsonaro pelos crimes de inserção de dados falsos em sistema de informações.
O pedido de arquivamento da PGR foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quinta-feira, um dia após a Corte tornar o ex-presidente e outras sete pessoas rés por envolvimento nos ataques golpistas de 8 de janeiro. A manifestação se estende também ao o deputado federal Gutemberg Reis (MDB-RJ).
Bolsonaro, Gutemberg Reis e o tenente-coronel Mauro Cid chegaram a ser indiciados em março do ano passado pelos crimes de associação criminosa e inserção de dados falsos em sistema de informação. As investigações se referem à suspeita de fraude em certificados de vacinação contra a Covid-19.
Segundo Gonet, embora Cid tenha narrado em sua delação premiada ter agido no suposto esquema da falsificação de vacinas a mando de Bolsonaro, essa versão não foi corroborada por outras pessoas ou por outras provas – o que inviabiliza a apresentação de uma denúncia.
A investigação
De acordo a PF, a investigação visava esclarecer se teriam sido forjados dados do certificado de vacinação de parentes do ex-presidente, como de sua filha, Laura Bolsonaro, de 12 anos.
Em maio de 2023, foram cumpridos mandados de busca e apreensão na casa da família e de prisão contra ex-funcionários, como Cid, o assessor Max Guilherme de Moura, os ex-auxiliares Sérgio Cordeiro e Luís Marcos dos Reis; o secretário municipal de Governo de Duque de Caxias, João Carlos de Sousa Brecha; e Ailton Gonçalves Barros, militar que concorreu a deputado estadual no Rio pelo PL em 2022.
A investigação apontava que os dados falsos de vacinação do ex-presidente Bolsonaro e sua filha foram inseridos no sistema pelo então secretário de Governo de Duque de Caxias (RJ), João Carlos de Sousa Brecha. Assessores de Bolsonaro que ficariam com ele após o fim do mandato também tiveram os dados inseridos pelo ex-secretário.
Segundo a PF, o modus operandi se dava da seguinte forma: a partir da solicitação da pessoa que queria se beneficiar com o certificado de vacinação, Cid encaminhava o pedido ao ex-militar Ailton Barros, aliado de Bolsonaro, que por sua vez encaminhava as informações e o pedido a João Carlos Brecha, que executava as inserções de dados falsos no sistema do Ministério da Saúde.
Com informações de O Globo
Fonte: https://agendadopoder.com.br/pgr-pede-ao-stf-arquivamento-de-investigacao-contra-bolsonaro-por-fraude-em-cartao-de-vacina/