O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, elevou o tom na guerra comercial com a China e impôs um ultimato: Pequim tem até esta terça-feira, 8 de abril, para retirar a tarifa de 34% aplicada a produtos norte-americanos. Caso contrário, o governo dos EUA subirá a taxação em 50% sobre itens chineses já na quarta-feira. A ameaça foi publicada por Trump na rede Truth Social, plataforma que ele próprio fundou, em meio ao agravamento da crise nos mercados globais.
A escalada de tensão provocou pânico nas bolsas de valores. A NYSE Composite abriu com queda de 2,59%, enquanto os índices S&P 500, Dow Jones e Nasdaq também recuaram. Gigantes como Tesla e Amazon foram duramente atingidas. Elon Musk perdeu cerca de US$ 110 bilhões desde que Trump iniciou sua cruzada tarifária, e Jeff Bezos amargou uma baixa de quase US$ 16 bilhões.
Trump foi além: ameaçou encerrar qualquer diálogo com autoridades chinesas e atacou seus próprios compatriotas, chamando-os de “fracos” e “estúpidos”. Em um post, criou até um termo pejorativo: “Não seja um PANICANO”, disse, incentivando resiliência diante das perdas e culpando lideranças passadas pela vulnerabilidade econômica do país.
China reage diz que pressão não é forma de negociar
A China respondeu com firmeza, afirmando que “pressão não é forma aceitável de negociação”. Em paralelo, o presidente norte-americano ainda responsabilizou o Federal Reserve por não reduzir os juros, atacou a inflação e classificou a China como “o maior abusador comercial da história”. “Eles já ganharam o suficiente dos EUA”, escreveu, apelando ao seu lema “Make America Great Again”.
Nos bastidores, Trump busca apoio de outros países afetados pelas medidas, como Japão, alegando que a balança comercial precisa ser “corrigida urgentemente”.
Enquanto isso, o impacto da política tarifária se espalha. Os mercados asiáticos tiveram seus piores dias desde a crise de 1997: o índice Hang Seng, de Hong Kong, caiu 13,22%, e o Shanghai Composite recuou 7,34%. No Brasil, o Ibovespa oscilou, com leve alta nesta segunda, mas segue acumulando perdas desde o anúncio das medidas.
A tensão, agora, está no relógio. O prazo de 24 horas imposto por Trump poderá selar um novo capítulo — ou um rompimento definitivo — nas relações comerciais entre as duas maiores economias do planeta.
Com informações da Revista Forum
Fonte: https://agendadopoder.com.br/trump-ameaca-china-e-da-24-horas-para-revogar-tarifa-mais-50-se-nao-recuar/
