O estilo de liderança do deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) tem gerado descontentamento entre setores de seu próprio partido e do centrão de maneira geral, diz Octávio Guedes em seu blog no portal g1.
A decisão de obstruir os trabalhos da Câmara até que o projeto de anistia fosse votado não teve o apoio unânime dentro do seu partido. Ainda assim, foi levada adiante. As ameaças de divulgar os nomes dos parlamentares que não haviam assinado o requerimento de urgência da anistia foram o ponto culminante. “Até o Lindbergh Farias tá mais flexível”, brincou um deputado do PL.
Na opinião de muitos parlamentares, Sóstenes dá mais atenção ao pastor Malafaia do que ao próprio partido. Atualmente, o papel de Malafaia é expressar aquilo que não soa bem para Sóstenes e para Bolsonaro. Foram de Malafaia os ataques mais duros ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), a quem ele já chamou de “vergonha da Paraíba”. Malafaia também acusou Motta de covarde, afirmando que ele tem “o rabo preso”. Segundo o pastor, Motta não apoiou a anistia por receio de ser investigado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
As ameaças, os ataques pessoais e a tentativa de constranger deputados causaram um onda de solidariedade a Hugo Mota. Além de não ganhar no grito, Sóstenes teve que recuar das duas bandeiras de sua breve liderança: o PL desistiu de obstruir os trabalhos legislativos e ele foi às rede sociais dizer que a ideia de expor os nomes dos deputados contrários à anistia estava “adiada”.
PMDB, PFL e até mesmo o PT já tiveram grandes bancadas na Câmara. Mas seus líderes sempre tiveram juízo e nunca afrontaram o bloco que, desde o governo Sarney, tem o poder na Casa: o Centrão.
Fonte: https://agendadopoder.com.br/pl-e-centrao-criticam-lideranca-de-sostenes-cavalcante-e-o-acusam-de-dar-mais-atencao-a-malafaia-do-que-ao-seu-proprio-partido/
