Fonte do Ribeirão: atmosfera de mistérios que embalam as lendas através dos séculos

A Fonte do Ribeirão é um dos pontos turísticos de São Luís, mais visitados. Ali reina uma atmosfera de mistérios que embalam as lendas que através dos séculos estão arraigadas no imaginário da população ludovicense e atraem os turistas e os nativos mais curiosos.

A lenda mais emblemática que envolve a Fonte do Ribeirão é a da existência de uma enorme serpente que ali habitava, cuja cabeça estaria sob o altar de Nossa Senhora da Vitória, na catedral Metropolitana (Igreja da Sé), localizada na Avenida Dom Pedro II, no Centro Histórico de São Luís.

Por muito tempo, o imaginário popular acreditava nesta lenda, a ponto de haver quem tenha dito ter visto os olhos reluzentes da serpente espiando para fora das galerias, através das janelas protegidas com grades de ferro, existentes na parte frontal da fonte, guarnecendo suas misteriosas galerias.

Há também a profecia de que no dia em que a serpente despertar e resolver sair do seu refúgio, a Ilha de Upaon-açu será engolida pelo mar, desaparecendo.

O certo é que a Fonte do Ribeirão é um monumento arquitetônico de rara beleza, situado na Rua dos Afogados de frente para a Rua Isaac Martins, tendo ao seu lado direito a Rua do Ribeirão.

A Fonte do Ribeirão tem à sua frente pavimentação com pedras de cantaria e ornamentada com carrancas por onde jorram, ininterruptamente, água em abundância. No seu interior, encontram-se galerias cheias de mistérios que não se sabe para onde levam. Falam que interligam as igrejas históricas, mas estas informações não são confirmadas.

Na parte frontal da fonte vê-se carrancas de pedra que tem nas bocas, canos de cobre por onde jorram água. E no alto do seu frontispício, uma réplica da estátua do Deus Netuno. A original foi retirada e guardada em outro local, para evitar que seja depredada, o que já teria ocorrido em tempos passados.

Um símbolo afetivo da cidade de São Luís

Consta que a Fonte do Ribeirão foi construída em 1796 pelo governador da Província do Maranhão, Fernando Antonio de Noronha. Ela tem função turística e foi tombada, em 1958, como Patrimônio Histórico Nacional, sendo um lugar de muita visitação por turistas e mesmo pelos nativos, que ali vão apreciar sua beleza.

A Fonte do Ribeirão é um símbolo afetivo da cidade que foi entregue à população após um longo tempo de restauro feito pela Prefeitura Municipal.

A fonte perdeu sua utilização primária, que era o abastecimento de água na cidade, como ocorreu com diversas outras fontes da capital, e hoje, mais de 200 anos após sua inauguração, serve de cenário para os cliques fotográficos dos turistas.

A fonte foi construída pelo governador, o tenente-coronel D. Fernando Antônio de Noronha, que ansiava pelo melhor saneamento da região e melhoria da água para o consumo. É lembrada em diversas histórias contadas pelo povo da cidade.

Uma delas refere-se às galerias subterrâneas de aproximadamente dois metros de largura por dois metros de altura, que já foram abertas à visitação pública, mas atualmente encontram-se fechadas. Dizem que tais galerias foram abertas para o deslocamento de padres e frades entre as igrejas da cidade, de forma que não fossem vistos pela população. Outros inserem a Fonte do Ribeirão a uma das lendas mais famosas de São Luís, a da Serpente Encantada.

A Fonte está inserida num vasto pátio revestido por pedras de cantaria, é protegida por paredes de alvenaria. Sua fachada azul celeste ao fundo tem um frontão decorado com símbolos pagãos e cristãos, como uma pomba do Divino e no topo uma estátua de Netuno em pedra, sendo a atual uma réplica.

A original está de posse do IPHAN, para evitar vandalismo. Abaixo, três janelas fechadas por grades que dão acesso às já mencionadas galerias subterrâneas.

Há também duas pilastras ornadas nas laterais. Por último, e não menos importantes, as cinco famosas carrancas da fonte em forma de peixes e de deuses. As carrancas são feitas de pedra e com biqueiras em bronze, de onde as águas são canalizadas e levadas ao tanque para depois escoar por um rego que segue por toda a extensão do pátio até o Rio Anil, na Avenida Beira-mar.

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