28 de junho de 2025
A Importância da Identificação Telefônica no Combate às Fraudes Digitais
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Em um cenário cada vez mais digitalizado, onde transações bancárias, compras, atendimentos e até relacionamentos acontecem por meio de telas e toques, a identificação confiável do usuário tornou-se uma questão crítica. Um dos métodos mais utilizados para autenticar identidades continua sendo o telefone celular. Seja por meio de um código de verificação enviado por SMS, uma ligação automática ou um aplicativo vinculado ao número da operadora como o número da Oi ou de outras redes, o telefone segue sendo um ponto de contato central entre pessoas e sistemas.

No entanto, essa dependência do número de telefone como ferramenta de validação também abriu espaço para novas modalidades de golpe. Clonagem de chips, roubo de identidade, engenharia social e portabilidade indevida são alguns dos recursos usados por criminosos para se apropriar de linhas telefônicas e, a partir delas, invadir contas bancárias, redes sociais e aplicativos de mensagens. O crescimento desses crimes tem forçado empresas e usuários a repensarem o papel do número de celular na segurança digital.

A clonagem de chip, por exemplo, consiste em replicar o número de uma vítima em um novo cartão SIM. Com isso, o golpista passa a receber todas as mensagens e ligações, podendo acessar serviços que utilizam verificação por telefone. Em muitos casos, essa ação é facilitada por falhas nos processos de autenticação das operadoras, que às vezes solicitam poucos dados para realizar a troca ou reativação do chip.

Outra técnica é o SIM swap, quando o criminoso, se passando pelo titular da linha, solicita a portabilidade do número para outra operadora. Ao realizar a migração com sucesso, ele assume o controle da linha e pode interceptar comunicações importantes, além de redefinir senhas em serviços vinculados ao número. Esse tipo de fraude vem aumentando em diversos países, incluindo o Brasil.

O problema é agravado pelo fato de que muitas plataformas ainda consideram o número de telefone como fator de autenticação confiável por padrão. Embora o SMS continue sendo uma ferramenta amplamente utilizada, especialistas em segurança alertam que ele não é a forma mais segura de verificação em duas etapas. Serviços mais robustos já adotam métodos adicionais, como aplicativos autenticadores (ex: Google Authenticator, Authy) ou tokens físicos, que tornam o acesso mais seguro mesmo em caso de perda do número.

A responsabilidade pela segurança, no entanto, não é apenas das empresas. Os usuários também precisam estar atentos a sinais de que suas linhas podem ter sido comprometidas. Falta de sinal repentina, mensagens suspeitas, ligações de números desconhecidos ou dificuldades de acesso em contas online podem indicar que o número foi alvo de ataques. Ao menor sinal de irregularidade, é importante contatar a operadora e revisar os acessos aos serviços digitais.

Nesse sentido, as operadoras de telefonia têm um papel central. Melhorar os protocolos de atendimento, exigir validação biométrica, permitir bloqueios temporários da linha por meio de aplicativos e manter os clientes informados sobre tentativas de portabilidade são algumas das medidas que ajudam a reduzir os riscos. Algumas operadoras já implementaram soluções nesse sentido, mas o cenário ainda exige avanços, especialmente diante da sofisticação crescente dos golpistas.

Além da segurança, a questão da privacidade também entra em jogo. O número de telefone, por estar amplamente vinculado a diversos serviços, acaba funcionando como uma espécie de identidade digital. Essa centralidade facilita o rastreamento de comportamentos e preferências, alimentando sistemas de publicidade e mineração de dados. Por isso, cresce o debate sobre a necessidade de alternativas mais seguras e privadas de autenticação.

Uma possível solução é o uso de identidades digitais descentralizadas, nas quais o controle das informações de verificação fica nas mãos do usuário, e não de empresas ou operadoras. Modelos baseados em blockchain, por exemplo, já vêm sendo testados em diversos países para permitir validações seguras sem depender de um número de celular. Embora ainda embrionárias, essas tecnologias podem, no futuro, reduzir a dependência de um único dado de contato.

Enquanto essas soluções não se tornam amplamente acessíveis, o número de telefone continua ocupando um papel-chave na vida digital. Proteger essa informação, tratar ligações e mensagens suspeitas com cautela e usar múltiplos fatores de autenticação são práticas fundamentais para manter a segurança online. Afinal, num mundo onde o telefone é mais do que um meio de comunicação é uma chave de acesso qualquer descuido pode abrir portas indesejadas.

Fonte: https://oimparcial.com.br/noticias/2025/04/a-importancia-da-identificacao-telefonica-no-combate-as-fraudes-digitais/