
A farmacêutica Eli Lilly anunciou que o Mounjaro (tirzepatida), um medicamento indicado para o tratamento de diabetes tipo 2, será lançado no Brasil mais cedo do que o esperado. Inicialmente programada para chegar ao país em junho, a previsão foi antecipada para 15 de maio. A informação foi publicada pelo jornal Estado de São Paulo, Estadão
A empresa justificou a mudança com a necessidade de garantir o abastecimento do mercado de forma eficiente. “A depender do Estado, o produto pode chegar um pouco antes ou depois”, afirmou Felipe Berigo, diretor executivo de negócios de metabolismo da Lilly, durante coletiva de imprensa nesta sexta-feira (25).
Por enquanto, o Mounjaro estará disponível em duas dosagens: 2,5 mg e 5 mg, que serão comercializadas na forma de canetas aplicadoras. O medicamento, que possui outras quatro apresentações (7,5 mg, 10 mg, 12,5 mg e 15 mg), ainda não tem previsão para chegar ao Brasil em sua totalidade. Com foco em pacientes com diabetes tipo 2, o Mounjaro também está sendo avaliado para o tratamento de obesidade, mas a aprovação para esse uso pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ainda está pendente.
Os preços do Mounjaro no Brasil serão diferenciados, dependendo de o cliente aderir ou não ao programa de fidelidade da Eli Lilly, o “Lilly Melhor Para Você”. Os valores para os clientes cadastrados no programa serão:
- 2,5 mg: R$ 1.406,75 (e-commerce) / R$ 1.506,76 (loja física)
- 5 mg: R$ 1.759,64 (e-commerce) / R$ 1.859,65 (loja física)
Fora do programa, o preço será ajustado conforme o ICMS de cada estado, podendo atingir os seguintes valores máximos:
- 2,5 mg: R$ 1.907,29
- 5 mg: R$ 2.384,34
Os preços, portanto, podem variar conforme a alíquota do imposto, com um impacto significativo no custo final para o consumidor. A decisão da farmacêutica de oferecer o programa de fidelidade visa tornar o tratamento mais acessível, considerando as variações regionais nos custos de comercialização do medicamento.
O Mounjaro se destaca por sua ação duplamente potencializada. Enquanto o Ozempic, concorrente direto, atua através da semaglutida, o Mounjaro utiliza a tirzepatida, um duplo agonista que age em dois hormônios do intestino: o GLP-1 e o GIP. Esse mecanismo de ação mais amplo se mostrou mais eficaz do que o Ozempic em diversos estudos, principalmente no controle da glicemia e na redução da hemoglobina glicada. A aplicação do medicamento é semanal, sendo administrada por via subcutânea e com dosagem progressiva, começando com 2,5 mg.
Entretanto, é importante que o uso de Mounjaro seja feito sob supervisão médica, pois o medicamento pode causar efeitos colaterais, como hipoglicemia, náuseas e desconfortos gastrointestinais. A prescrição médica é obrigatória, e a retenção de receita também será exigida para compras online, uma medida adotada pela Anvisa para evitar o uso indevido de medicamentos para emagrecimento estético, não aprovado para esse fim.
Com o aumento na demanda e o sucesso do produto em outros países, a Eli Lilly expressou preocupação com a possibilidade de desabastecimento, algo que já ocorreu nos Estados Unidos e na Austrália. No Brasil, a farmacêutica promete trabalhar para evitar essa situação, realizando estimativas para suprir adequadamente o mercado e evitar que os pacientes interrompam o tratamento.
A chegada antecipada do Mounjaro ao Brasil representa um marco no tratamento de doenças crônicas, oferecendo uma nova alternativa para aqueles que lidam com o diabetes tipo 2 e a obesidade, duas condições de saúde que afetam milhões de brasileiros.
Fonte: https://agendadopoder.com.br/lancamento-da-caneta-mounjaro-e-antecipado-no-brasil-saiba-quanto-vai-custar/