
Ser mãe é o sonho de muitas pessoas. No entanto, ainda que a maternidade seja tratada como algo sagrado e idealizado pela sociedade, ela também é um processo desafiador, complexo e, por vezes, assustador. É preciso dizer com clareza: romantizar a maternidade não ajuda quem a vive de fato.
Cuidar de uma criança exige muito mais do que carinho. É um compromisso que envolve educação, estabilidade emocional e responsabilidade financeira. Por isso, idealizar a figura da mãe perfeita é algo que pode ser extremamente nocivo. Muitas mulheres carregam o peso de tentar atender a padrões irreais, o que afeta diretamente suas relações familiares e sua saúde mental.
A empresária Mary Mércia, mãe de três filhos, relata que, quando criança, sonhava em ser mãe, mas que, ao crescer, passou a temer esse papel. Os medos de adoecer e de não dar conta das demandas foram obstáculos reais. Ainda assim, aos 31 anos, tornou-se mãe pela primeira vez e, com o tempo, ressignificou sua experiência. Para ela, os filhos são bênçãos — mas não há espaço para ilusões: ser mãe é um privilégio e também uma grande responsabilidade.
Mércia é consciente das dificuldades que enfrenta. Ela afirma não sentir pressão para ser perfeita, mas reconhece a obrigação de fazer o melhor pelos filhos. Essa visão realista é essencial. A perfeição não é uma exigência possível — o que existe é a dedicação, o esforço constante e a coragem de seguir em frente, mesmo nos dias mais difíceis.
Ao afirmar que “não existe mãe perfeita”, Mércia toca num ponto fundamental. A maternidade, como qualquer outro aspecto da vida, envolve falhas. A diferença está em como cada mulher lida com elas, em como busca melhorar, em como se entrega ao papel com humanidade. O que realmente importa são os vínculos criados, o afeto oferecido e a disposição de cuidar com verdade.
Em tempos em que tanto se fala sobre perfeição, é necessário valorizar o que é real. Cada mãe vive sua experiência de forma única, com suas dificuldades e conquistas. Acolher essa diversidade com compreensão e respeito é um passo importante para construir uma visão mais humana e sensível sobre a maternidade.
Leia também:
Fonte: https://oimparcial.com.br/noticias/2025/05/entre-medos-e-bencaos-a-realidade-da-maternidade/