4 de julho de 2025
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A Petrobras anunciou, nesta segunda-feira (12), um lucro líquido de R$ 35,2 bilhões no primeiro trimestre de 2025 — um crescimento de 48,6% em relação ao mesmo período do ano passado, quando o resultado foi de R$ 23,7 bilhões. Segundo dados divulgados pela companhia, e publicados por O Globo, após o fechamento do mercado, o desempenho ficou dentro da expectativa de analistas, que projetavam lucros entre R$ 24 bilhões e R$ 41 bilhões.

Além dos ganhos expressivos, a estatal comunicou que distribuirá R$ 11,72 bilhões em dividendos referentes ao trimestre. A receita com vendas totalizou R$ 123,1 bilhões, representando um aumento de 4,6% sobre o mesmo intervalo de 2024.

Em nota oficial, a Petrobras atribuiu o bom desempenho ao aumento da produção de petróleo, à recuperação nas vendas de combustíveis no mercado interno e ao impacto positivo da valorização do dólar frente ao real — fator que, sozinho, contribuiu com R$ 10,6 bilhões para o resultado financeiro.

“Geramos um maior fluxo de caixa, principalmente devido ao aumento de 5% no volume de produção em relação ao trimestre anterior. Investimos US$ 4 bilhões neste primeiro trimestre do ano, focados principalmente em projetos do pré-sal, como os campos de Búzios e Atapu”, afirmou Fernando Melgarejo, diretor Financeiro e de Relacionamento com Investidores da estatal.

Produção cresce com pré-sal e novas plataformas

A produção total comercial da companhia alcançou 2,416 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boe/d), uma alta de 5,6% em comparação com o quarto trimestre de 2024, embora tenha registrado leve queda de 0,5% frente ao primeiro trimestre do ano anterior.

No pré-sal, a produção chegou a 1,853 milhão de barris por dia, impulsionada pelo início das operações do FPSO Almirante Tamandaré, no campo de Búzios, e por um novo poço conectado ao FPSO Marechal Duque de Caxias, no campo de Mero. O menor número de paradas programadas e o avanço das instalações offshore também foram citados como fatores relevantes.

Aumento nas vendas e investimentos estratégicos

As vendas no mercado interno cresceram 2,9% na comparação anual, com destaque para o diesel (+6,2%) e a gasolina (+3,1%). A estatal também concluiu a modernização do Trem 1 da Refinaria Abreu e Lima (Rnest), elevando sua capacidade de refino para 130 mil barris diários.

De acordo com o Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep), o resultado foi impulsionado pela entrada em operação de 11 novos poços e pelo crescimento nas vendas internas de derivados.

Receita extraordinária e endividamento

Parte do lucro também foi reforçada por receitas não recorrentes, como os R$ 2,16 bilhões oriundos de pagamentos contingentes relativos aos blocos de Sépia e Atapu — fruto de contratos da cessão onerosa firmados em 2019 — e outros R$ 430 milhões pagos pela australiana Karoon pela participação da Petrobras no campo de Baúna, na Bacia de Santos.

Por outro lado, a dívida bruta da estatal aumentou 6,9% em relação ao final do quarto trimestre de 2024, totalizando US$ 64,5 bilhões. O crescimento foi atribuído à entrada em operação do FPSO Almirante Tamandaré e à extensão contratual do FPSO Cidade de Angra dos Reis até 2030, elevando o endividamento em aproximadamente US$ 3 bilhões.

Indicadores do trimestre (1T25 x 1T24)

  • Lucro líquido: R$ 35,2 bilhões (+48,6%)
  • Receita de vendas: R$ 123,1 bilhões (+4,6%)
  • Dívida bruta: US$ 64,5 bilhões (+4,3%)
  • Produção total: 2,416 milhões boe/d (+5,6% ante o 4º tri)
  • Preço médio do Brent: US$ 75,66 (-9,1%)
  • Dólar médio: R$ 5,84 (+18%)
  • Preço médio de derivados: R$ 505,84 por barril (+6,2%)

Mesmo com um cenário internacional desafiador, marcado pela queda de 9,1% no preço do petróleo tipo Brent, a Petrobras conseguiu apresentar um dos melhores trimestres recentes, refletindo sua capacidade de operação em águas profundas e gestão financeira.

Fonte: https://agendadopoder.com.br/petrobras-registra-lucro-de-r-352-bilhoes-no-1o-trimestre-com-alta-na-producao-e-no-cambio/