
A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF), nesta terça-feira (13), o cancelamento das audiências com testemunhas previstas para a próxima semana no inquérito que apura uma suposta trama golpista para reverter o resultado das eleições de 2022. A informação é do jornal O Globo.
Ao todo, 82 pessoas foram convocadas para depor, a partir de 19 de maio, incluindo nomes indicados pela Procuradoria-Geral da República (PGR), como os ex-comandantes militares Marco Antônio Freire Gomes (Exército) e Carlos Almeida Baptista Junior (Aeronáutica), além do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB). Segundo depoimentos já prestados à Polícia Federal, tanto Freire Gomes quanto Baptista Junior relataram ter recebido de Bolsonaro uma proposta para contestar e reverter o resultado do pleito presidencial.
No pedido ao STF, os advogados do ex-presidente argumentam que é necessário “conceder prazo suficiente para que o conjunto probatório, que permaneceu fora do processo, seja analisado pela defesa”. Alegam ainda a importância de assegurar a “complementação do rol de diligências e testemunhas já apresentados, bem como o adequado questionamento das testemunhas arroladas pelas partes”.
Entre os depoentes convocados estão aliados políticos e ex-integrantes do governo Bolsonaro, como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, o ex-ministro da Economia Paulo Guedes e os senadores Hamilton Mourão (Republicanos-RS), Ciro Nogueira (PP-PI) e Rogério Marinho (PL-RN). A lista inclui ainda figuras citadas na delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. Para o dia 22, está previsto o depoimento do ex-comandante do Exército Júlio Cesar de Arruda, primeiro a ocupar o cargo sob o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A ofensiva da defesa ocorre em meio à intensificação das apurações sobre a articulação de um golpe de Estado, com base em depoimentos e documentos colhidos pela PF, que apontam o envolvimento de militares e membros do alto escalão do governo Bolsonaro em reuniões e ações para impedir a posse de Lula, eleito em outubro de 2022. O STF ainda não decidiu sobre o pedido da defesa.
Fonte: https://agendadopoder.com.br/defesa-de-bolsonaro-tenta-suspender-audiencias-de-testemunhas-na-investigacao-sobre-trama-golpista/