30 de junho de 2025
Funcionários da Petrobras farão nova greve contra corte de custos
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Em protesto contra mudanças no modelo de teletrabalho e políticas de corte de custos da Petrobras, os trabalhadores da estatal farão nova paralisação nos dias 29 e 30 de maio. A informação foi divulgada na manhã desta quinta-feira (15) pela Federação Única dos Petroleiros (FUP) e pela Federação Nacional dos Petroleiros (FNP). Segundo as entidades, trata-se de uma greve de advertência diante da estagnação nas negociações com a direção da empresa, informa O Globo.

As federações sindicais criticam a proposta de teletrabalho apresentada pela Petrobras para o período de 2025 a 2027. O modelo prevê até dois dias de trabalho remoto por semana, com a obrigatoriedade de que ao menos uma das jornadas presenciais ocorra às segundas ou sextas-feiras. Embora a estatal tenha anunciado flexibilizações adicionais — como até três dias de home office para gestantes, responsáveis por crianças pequenas e trabalhadores que vivem a mais de 150 quilômetros do local de trabalho —, os representantes dos petroleiros defendem que as regras do teletrabalho sejam definidas por meio de negociação coletiva.

Além disso, os sindicatos denunciam a falta de diálogo da empresa em relação à política de remuneração variável dos empregados. De acordo com os trabalhadores, a postura da Petrobras é contraditória: apesar de ter reportado lucro líquido de R$ 35,2 bilhões no primeiro trimestre de 2025 e distribuído R$ 11,72 bilhões em dividendos, a nova presidente da companhia, Magda Chambriard, declarou que “é hora de apertar os cintos”, justificando medidas de austeridade diante da queda nos preços internacionais do petróleo.

Entre as principais reivindicações dos petroleiros estão:

Manutenção e regulamentação do teletrabalho com regras pactuadas coletivamente

Oposição à redução da remuneração variável

Recomposição do efetivo de pessoal

Elaboração de um plano de cargos e salários justo e isonômico

Fim dos equacionamentos da Petros, fundo de pensão da empresa

Adoção de medidas mais rígidas de segurança nas unidades operacionais, incluindo a Fafen-PR (fábrica de fertilizantes no Paraná)

As entidades também denunciam a subnotificação de acidentes, citando como exemplo um incidente recente na plataforma Cherne 1, localizada na Bacia de Campos (RJ). Segundo elas, a gestão da segurança nas unidades operacionais precisa de maior rigor e transparência.

A decisão pela greve foi tomada em reunião conjunta realizada na quarta-feira (14). Desde março, os petroleiros já vêm realizando paralisações de 24 horas em protesto contra o impasse nas negociações. Uma contraproposta unificada está em elaboração e será apresentada à direção da Petrobras. Assembleias em todas as unidades da empresa estão previstas para a próxima semana, a fim de formalizar a rejeição à proposta atual da companhia, que, segundo as federações, não atende às demandas da categoria.

Fonte: https://agendadopoder.com.br/funcionarios-da-petrobras-farao-nova-greve-contra-corte-de-custos-e-mudancas-no-teletrabalho/