
Condenada a 10 anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF), a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) declarou nesta quinta-feira (15) que “não sobreviveria na cadeia” e que articula, com apoio de aliados, uma reação no Congresso para tentar anular os efeitos da decisão. A fala ocorreu durante uma coletiva de imprensa em frente ao diretório estadual do PL em São Paulo.
A parlamentar foi sentenciada pela Primeira Turma do STF por supostamente ter ordenado que o hacker Walter Delgatti Neto inserisse dados falsos no sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A estratégia de Zambelli agora passa pela tentativa de barrar o prosseguimento da ação penal no Legislativo, semelhante ao que ocorreu com o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ), cuja ação foi sustada pela Câmara.
Ao lado do advogado Daniel Bialski, Zambelli afirmou que já tem apoio suficiente para levar a proposta à votação. Segundo ela, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), teria dado “sinal verde” para que o líder do PL, deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), coordenasse a articulação.
“Não é interessante adiantar a estratégia, mas já tenho boa parte do apoio que eu preciso para fazer essa votação. Estamos aguardando o melhor momento e ainda temos tempo para fazer isso”, afirmou a deputada.
Bolsonaro não se manifestou sobre condenação
Questionada sobre a aparente falta de manifestações públicas de solidariedade de colegas de partido, Zambelli admitiu que o apoio nas redes sociais foi discreto, mas alegou ter recebido telefonemas de dezenas de parlamentares e aliados. Entre eles, mencionou a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. Já o ex-presidente Jair Bolsonaro, de quem é aliada próxima, não teria feito contato até o momento.
Durante a entrevista, Zambelli distribuiu um “dossiê” a jornalistas, em que afirma haver inconsistências no julgamento e no relatório da Polícia Federal que embasou sua condenação. Ela classificou as acusações como “absurdas” e negou ter participado de qualquer plano de invasão a sistemas do CNJ.
“Eu não iria, de forma alguma, brincar de fazer invasão ao CNJ, de mandar prender o ministro Alexandre de Moraes com um documento assinado por ele próprio. Assim, é tão ridículo que, realmente, como disse a ministra Cármen Lúcia, seria burrice. Eu não colocaria o meu mandato em risco por causa de uma brincadeira sem graça”, declarou.
A coletiva também teve momentos inusitados. Antes de falar com a imprensa, Zambelli foi vista rezando com duas mulheres em coreano. Ao final do evento, um assessor lhe entregou três comprimidos, que ela tomou com água, sem comentar a que se referiam.
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Fonte: https://agendadopoder.com.br/carla-zambelli-diz-que-nao-suportaria-prisao-e-articula-reacao-no-congresso-contra-condenacao-nao-sobreviveria-na-cadeia/