Enquanto os resgates a pessoas ilhadas continuam a todo vapor no Rio Grande do Sul, a esperança das autoridades e da população é que a água comece, enfim, a baixar. No entanto, o nível do lago Guaíba, em Porto Alegre, pode se manter acima dos 5 metros nos próximos dias (lembrando que a cota de inundação da cidade é de 3 metros). Mas por que a inundação não cede na região?
Leia mais
- RS: veja como doar para vítimas da tragédia; cuidado com golpes
- Marinha envia maior navio da América Latina para ajudar RS
- Satélite mostra impacto das chuvas no Rio Grande do Sul visto do espaço
- Tragédia climática: onda de calor potencializou chuvas torrenciais no RS
- Previsão do tempo para os próximos dias no Rio Grande do Sul (RS)
Nível do Guaíba continua alto
Especialistas explicam que as fortes e constantes chuvas que duraram quase 10 dias no estado causaram uma elevação dramática no nível dos principais rios gaúchos. E toda essa água desceu em direção ao Guaíba, causando inundações históricas em Porto Alegre e na região metropolitana.
Além da quantidade histórica de chuva, o relevo da capital gaúcha é um fator fundamental para entender o atual cenário. A cidade fica localizada em uma planície, um território plano, o que facilita ocorrências de inundação. A capital é circundada de um lado por 40 morros, e limitada de outro pela orla do Guaíba.
Os rios que formam o Delta do Jacuí e originam o Guaíba fluem em alta velocidade por causa da altitude de seus cursos. Em condições normais, isso ajuda que a água siga seu fluxo em direção a Lagoa dos Patos e de lá para o Oceano Atlântico.
O problema é que os rios do Delta do Jacuí e o Oceano Atlântico também estão sendo afetados pelas fortes chuvas e tempestades de ventos que atingem o Rio Grande do Sul, o que dificulta o escoamento da água.
Os ventos fortes formam marés de tempestade. Isso faz o mar ‘crescer’, subindo o nível em até 2 metros a depender da configuração da praia. No caso do que acontece aqui no Rio Grande do Sul, o mar fica mais alto do que o nível de escoamento da Lagoa dos Patos, impedindo que o excesso de água seja despejado no mar.
Rualdo Menegat, professor titular do Instituto de Geociências da UFRGS
O resultado de tudo isso é que a água do Guaíba e dos rios que o alimentam fica represada na região de Porto Alegre. Dessa forma, a diminuição das inundações deve demorar mais alguns dias. As informações são do G1.
Tragédia climática no Rio Grande do Sul
- As fortes chuvas causaram impactos severos em 397 dos 497 municípios gaúchos.
- De acordo com o último balanço da Defesa Civil, são 90 mortes confirmadas e 131 pessoas desaparecidas.
- O número de desalojados passa de 150 mil e quase 50 mil estão em abrigos.
- O lago Guaíba atingiu o maior nível da história, passando dos 5 metros e 30 centímetros.
- A água ainda está invadindo novos bairros de Porto Alegre.
- As inundações paralisaram quase que completamente o fornecimento de água e luz na capital e outras cidades.
- Além disso, centenas de pessoas continuam ilhadas e resgates têm acontecido 24 horas por dia.
- A maioria deles está sendo realizada por civis que têm se arriscado com barcos, lanchas e motos aquáticas.
- Um dos pontos que continua completamente alagado é Aeroporto Internacional Salgado Filho, que anunciou a suspensão de todas as operações até 30 de maio.
- Vias bloqueadas ainda dificultam saída e entrada na cidade.
- O grande temor agora é a chegada do frio nesta quarta-feira (08).
- Também há previsão de mais chuva na região metropolitana de POA.
- Em 2023, uma série de desastres climáticos causou uma verdadeira devastação no Rio Grande do Sul.
- Foram registradas 16 mortes em junho, 54 em setembro e outras 5 em novembro.
O post RS: por que as enchentes não diminuem, mesmo sem chuvas? apareceu primeiro em Olhar Digital.
Fonte: https://olhardigital.com.br/2024/05/07/ciencia-e-espaco/rs-por-que-as-enchentes-nao-diminuem-mesmo-sem-chuvas/