29 de junho de 2025
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A gestão dos recursos destinados à comunicação institucional da cidade de Timon se tornou, nos últimos meses, um enigma que clama por respostas. Enquanto setores locais enfrentam atrasos de pagamentos e escassez de verbas, observa-se uma movimentação financeira que levanta sérias dúvidas sobre os critérios adotados para a distribuição desses recursos.

A empresa contratada para gerenciar a comunicação do município, a SOFIA, sediada em São Luís, já recebeu praticamente todos os repasses previstos para um período de seis meses. Contudo, o destino efetivo desse dinheiro parece ignorar as necessidades locais. Em vez de priorizar os profissionais, veículos e iniciativas de comunicação baseados em Timon — que melhor conhecem a realidade da cidade e dialogam diretamente com sua população — a gestão opta por beneficiar uma empresa de Teresina, responsável por um canal no YouTube irrelevante no contexto timonense. A pergunta que não quer calar é: quem está realmente se beneficiando com esses contratos?

A escolha por veículos de fora da cidade, que não possuem alcance, engajamento nem relevância para a população local, revela não apenas uma má alocação de recursos públicos, mas um desrespeito aos profissionais de comunicação de Timon. São esses profissionais que enfrentam diariamente os desafios de informar a comunidade, de interpretar as políticas públicas locais e de sustentar um ecossistema de mídia já fragilizado por falta de investimento.

Além disso, a centralização da empresa gestora em São Luís dificulta ainda mais a fiscalização e o diálogo com a comunidade timonense. A distância geográfica se soma a um aparente distanciamento político e ético. Qual é o critério utilizado para definir quem recebe o recurso e quanto recebe? Onde está a transparência nesse processo?

Essa situação exige respostas imediatas por parte do poder público. A comunicação institucional deve servir ao interesse coletivo, promovendo a informação de qualidade, o acesso a políticas públicas e o fortalecimento da identidade local. Quando essa função é corrompida por interesses obscuros, quem perde é a população — desinformada, negligenciada e, muitas vezes, manipulada.

Timon merece respeito. Merece uma comunicação transparente, ética e verdadeiramente comprometida com seus cidadãos. Que este não seja apenas mais um escândalo a ser esquecido, mas um ponto de partida para uma mudança urgente na forma como os recursos públicos são geridos e fiscalizados.