
A Polícia Federal afirmou, em relatório enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), que o uso clandestino da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) era liderado por “figuras de alto escalão” do governo de Jair Bolsonaro, sendo o ex-chefe do Planalto e seu filho, o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), os líderes do esquema criminoso. O documento teve sigilo derrubado nesta quarta-feira (18/6), pelo ministro Alexandre de Moraes.
“Composto por figuras de alto escalão do governo à época, incluindo potencialmente o então Presidente da República JAIR MESSIAS BOLSONARO e seu filho, vereador CARLOS NANTES BOLSONARO. Este núcleo foi o responsável por definir as diretrizes estratégicas da ORCRIM, determinar os alvos das ações clandestinas (opositores, instituições, sistema eleitoral) e se beneficiar politicamente das operações. Era o centro decisório e o principal destinatário das ‘vantagens’ ilícitas (manutenção no poder, ataque a adversários)”, disse trecho do relatório.
Conforme a PF, Alexandre Ramagem seria o principal responsável por organizar o monitoramento ilegal. Ele foi definido no relatório como o chefe do “núcleo da estrutura paralela”.
“Integrantes deste núcleo atuavam em posições de alta gestão e/ou executavam diretamente as ações clandestinas, plenamente cientes de seu desvio de finalidade em benefício ao NÚCLEO POLÍTICO”, informou.
“As condutas comissivas e omissivas impróprias daqueles que ocupavam funções e cargos de alta gestão na ABIN deram causa para a execução de ações clandestinas de coleta de informações, produção de dossiês, vigilâncias ilegais e repasse de informações para outros núcleos. Esse núcleo, portanto, representa a instrumentalização do órgão de inteligência oficial para fins criminosos”, escreveu a corporação.
A PF investigou o funcionamento de uma organização criminosa montada para monitorar indevidamente autoridades públicas e produzir notícias falsas usando a estrutura da Abin. De acordo com a apuração, policiais, servidores e funcionários da Abin invadiram celulares e computadores sem autorização judicial.
*Fonte: Correio Braziliense
Fonte: https://oimparcial.com.br/policia/2025/06/pf-diz-que-jair-bolsonaro-e-carlos-eram-chefes-da-abin-paralela/