Moradora de Eldorado do Sul relata evacuação desesperadora com água subindo rapidamente

A moradora de Eldorado do Sul, Thayana Alves, vivenciou momentos de desespero quando a enchente atingiu 100% da área urbana da cidade. Em entrevista à CNN, ela relatou os momentos tensos em que precisou evacuar sua residência às pressas.

Água subiu rápido e inesperadamente

Thayana, que mora há 26 anos em Eldorado do Sul, contou que nunca havia presenciado uma situação tão grave na cidade. Apesar de ser uma região propensa a alagamentos, ela e sua família não imaginavam que a água chegaria ao nível que atingiu sua casa.

“A água subiu muito rápido na minha casa. Foi a primeira vez que começou a encher a minha rua”, relatou. Inicialmente, ela levantou móveis e eletrodomésticos, acreditando que a água não invadiria sua residência, mas em pouco tempo a situação se agravou drasticamente.

Evacuação noturna em meio ao pânico

Por volta das 20h30 da quinta-feira passada (2), a energia elétrica foi cortada em todo o bairro, o que gerou pânico em Thayana e sua família. “Não sabíamos direito o que fazer. Começamos a arrumar malas e saímos por volta da 1h da manhã”, contou.

Com apenas duas malas e mochilas com notebooks, elas deixaram a casa e se abrigaram na residência de uma amiga em Porto Alegre, a cerca de 20 minutos de Eldorado do Sul. Na manhã seguinte, viram imagens chocantes da cidade completamente alagada.

Esforços para resgatar moradores

Diante da gravidade da situação, Thayana utilizou as redes sociais para organizar listas de resgates e coordenar esforços voluntários. Ela conseguiu contatos de pessoas com barcos, motos aquáticas e até helicópteros para retirar moradores ilhados.

“Fui montando listas de resgates para as pessoas, criando planilhas com endereços e quantidade de pessoas para saber se mandava barco, moto aquática ou tentava conseguir helicóptero”, explicou. Sua ação informal ajudou a salvar vidas em meio à falta de informações oficiais sobre a evacuação do bairro.

A situação em Eldorado do Sul segue desesperadora, com Thayana e outros moradores sem previsão de quando poderão retornar às suas casas. O relato evidencia a urgência de um plano de contingência eficaz para lidar com desastres naturais na região.