18 de agosto de 2025
Eletrobras anuncia R$ 6,7 bilhões em expansão de linhas de
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A Eletrobras vai investir R$ 6,7 bilhões até 2027 na construção de 19 novas linhas de transmissão e sete subestações em diferentes regiões do país, com foco no Nordeste. A informação foi divulgada em reportagem publicada nesta sexta-feira (20) pelo jornal O Globo.

Segundo comunicado da própria companhia, os projetos resultarão em mais de 2 mil quilômetros de novas linhas, sendo cerca de 1.900 km concentrados na região Nordeste. O investimento decorre de lotes conquistados pela estatal em leilões realizados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) entre 2022 e 2024.

“Esses investimentos refletem o compromisso da Eletrobras com a ampliação da malha do Sistema Elétrico, levando energia confiável, estável e de qualidade para o consumidor”, afirmou, em nota, o vice-presidente de Engenharia da Expansão, Robson Campos.

Além das novas linhas, o plano inclui seccionamentos em estruturas já existentes, fortalecendo a integração do sistema elétrico nacional, considerado fundamental para sustentar a transição energética e o crescimento da matriz renovável no Brasil.

Interesse internacional na Eletronuclear

Paralelamente à expansão da malha de transmissão, a Eletrobras analisa a venda de parte significativa de sua participação na Eletronuclear, empresa responsável pelas usinas de Angra 1, 2 e 3. Segundo apurou a agência Bloomberg, o negócio pode atrair até US$ 2 bilhões em investimentos e já despertou o interesse preliminar de grandes estatais chinesas, como a China National Nuclear Corporation (CNNC), a China General Nuclear Power Group (CGN) e a State Nuclear Power Technology Corporation (SNPTC).

A proposta em estudo prevê a venda de aproximadamente 36% do capital votante e 68% do total da Eletronuclear. A operação está sendo estruturada com o apoio de consultores financeiros, e ainda está em fase inicial, sem decisões concretas.

A venda da participação foi viabilizada após acordo firmado entre a Eletrobras e o governo federal em fevereiro deste ano, homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Pelo entendimento, o governo ampliou sua representação no Conselho de Administração da estatal, enquanto a Eletrobras deixou de ter a obrigação de investir recursos próprios na construção de Angra 3, caso a União decida levar adiante o projeto.

Desafios internos e reforma no setor

A movimentação ocorre em um momento de reacomodação política e estratégica dentro da Eletrobras. Desde sua privatização, a companhia enfrenta disputas entre acionistas e mudanças na governança. As tensões aumentaram com a tentativa do governo federal de influenciar indicações à diretoria e alterar a composição do conselho.

A expansão da infraestrutura de transmissão, aliada à possível venda da Eletronuclear, mostra uma Eletrobras em busca de maior eficiência operacional e foco em áreas consideradas estratégicas para o futuro da matriz energética brasileira. A atratividade internacional pelos ativos da estatal também evidencia o potencial do setor elétrico nacional como destino de investimentos de longo prazo.

Fonte: https://agendadopoder.com.br/eletrobras-anuncia-r-67-bilhoes-em-expansao-de-linhas-de-transmissao-ate-2027/