23 de junho de 2025
Cientistas descobrem novo tipo sanguíneo: Gwada negativo
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Uma mulher nascida na ilha de Guadalupe, no Caribe, foi identificada como a única portadora conhecida de um novo tipo sanguíneo, chamado provisoriamente de “Gwada negativo“. A confirmação foi feita pela Agência de Sangue da França (EFS, na sigla em francês).

O anúncio da descoberta ocorreu cerca de 15 anos após a coleta da amostra de sangue da paciente, que passava por exames pré-operatórios de rotina. Na ocasião, os cientistas identificaram um anticorpo incomum, mas, na época, não tinham recursos suficientes para aprofundar os estudos.

Uma amostra de sangue coletada há 15 anos continha o tipo sanguíneo raro (Imagem: PaeGAG / Shutterstock.com)

Novo grupo sanguíneo é oficialmente reconhecido

Segundo comunicado do EFS, publicado na rede social LinkedIn, o grupo sanguíneo descoberto foi oficialmente reconhecido em junho deste ano, durante um encontro da Sociedade Internacional de Transfusão de Sangue (ISBT), em Milão, na Itália. Com isso, o mundo passa a contar com 48 sistemas de grupos sanguíneos, contra os 47 anteriormente catalogados.

O EFS acaba de descobrir o 48º sistema de grupo sanguíneo do mundo!”, afirmou a entidade. A paciente, que atualmente vive em Paris, tinha 54 anos na época dos primeiros exames, realizados em 2011.

Sequenciamento genético foi decisivo

O avanço nas pesquisas só foi possível anos depois, graças ao uso do sequenciamento genético de alta capacidade, técnica que permitiu identificar uma mutação até então desconhecida. O processo, concluído em 2019, solucionou um mistério que já durava quase uma década.

dupla hélice de dna
Sequenciamento genético ajudou a identificar a mutação (Imagem: Natali _ Mis / Shutterstock.com)

De acordo com Thierry Peyrard, biólogo médico do EFS envolvido na descoberta, a mulher é “a única pessoa no mundo que é compatível com ela mesma”. Isso ocorre porque ela herdou a mutação genética tanto do pai quanto da mãe, o que resultou na formação desse grupo sanguíneo extremamente raro.

O nome escolhido, “Gwada negativo”, faz referência direta às origens da paciente e, segundo os pesquisadores, também foi pensado por soar bem em diferentes idiomas. “É um nome que agrada aos especialistas e faz homenagem à ilha de Guadalupe”, comentou Peyrard.

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Descoberta pode beneficiar outros pacientes no futuro

  • O EFS destacou que a descoberta de novos tipos sanguíneos tem impacto direto na medicina transfusional, especialmente no atendimento a pacientes que possuem tipos de sangue raros.
  • Descobrir novos grupos sanguíneos significa oferecer um melhor nível de cuidado para esses pacientes”, reforçou a instituição.
  • Agora, os pesquisadores trabalham na busca por outras pessoas que possam compartilhar esse mesmo grupo sanguíneo, o que pode contribuir para avanços em tratamentos e transfusões mais seguras no futuro.
tipo sanguíneo
Cientistas continuam buscando novas alterações que possam representar novos tipos sanguíneos (Imagem: chemical industry / Shutterstock.com)

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Fonte: https://olhardigital.com.br/2025/06/22/ciencia-e-espaco/cientistas-descobrem-novo-tipo-sanguineo-gwada-negativo/