
O Ministério Público Federal (MPF) pediu à Justiça, nesta segunda-feira (23), a suspensão das próximas etapas do leilão de blocos de petróleo e gás, realizado na semana passada pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), para exploração na bacia da Foz do Rio Amazonas..
O pedido é para que seja decretada a imediata proibição de atos administrativos de formalização dos resultados do leilão até que sejam cumpridas uma série de medidas previstas na legislação socioambiental. A homologação (confirmação) dos resultados está prevista para 1º de setembro.
O MPF tinha pedido à Justiça, no dia 12 deste mês, que impedisse a realização do leilão até que a legislação fosse cumprida. O leilão foi realizado no dia 17, sem que a Justiça tivesse decidido sobre os pedidos do MPF. Por isso, agora o MPF atualizou o pedido para suspender as próximas etapas.
A ação, que tramita na Justiça Federal em Belém (PA), aponta a obrigatoriedade de realização de estudo de impacto climático, de Avaliação Ambiental de Área Sedimentar (AAAS), de estudos sobre povos e comunidades tradicionais e da Consulta Prévia, Livre e Informada (CPLI) a povos e comunidades tradicionais impactados.
Segundo o MPF, a realização do leilão sem os estudos prévios adequados e a CPLI representa uma grave violação de direitos fundamentais, compromissos internacionais e da legislação ambiental brasileira.
Ao fazer o aditamento à ação, além da realização dos estudos e da CPLI, o MPF também solicita à Justiça, em caráter de urgência a inclusão do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) como réu no processo, ao lado da União e da ANP.
O MPF também pediu a proibição imediata da homologação e adjudicação dos resultados do leilão, etapa prevista para ocorrer até 1º de setembro. Outros pedidos foram a proibição do início de qualquer processo de licenciamento ambiental para os 19 blocos arrematados e a imediata proibição de inclusão de blocos situados na bacia sedimentar da foz do Rio Amazonas em novos leilões de Oferta Permanente de Concessão (OPC), até o julgamento definitivo dos pedidos do órgão.
Caso os contratos de concessão sejam formalizados sem a realização dos estudos e da CPLI obrigatórios, o MPF pede que a Justiça Federal anule o leilão.
Fonte: https://agendadopoder.com.br/mpf-pede-a-justica-a-suspensao-das-proximas-etapas-do-leilao-para-exploracao-de-petroleo-na-foz-do-amazonas/