O subprocurador-geral do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU), Lucas Rocha Furtado, protocolou uma representação pedindo investigação sobre a deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) pela nomeação de dois de seus maquiadores como secretários parlamentares. A informação foi divulgada nesta quinta-feira (27) pelo jornal O Globo, que teve acesso ao documento apresentado ao TCU.
Segundo Furtado, os profissionais Ronaldo Hass e Índy Motiel, que atuam como maquiadores da parlamentar, teriam sido contratados para exercer funções parlamentares, mas, na prática, prestariam serviços pessoais a Erika, configurando “desvio de finalidade” e violação ao princípio constitucional da impessoalidade. “Verifica-se que os assessores em questão, a despeito de alegações em sentido contrário, foram contratados em razão de sua qualificação como maquiadores e, de fato, exerceram essa atividade em benefício direto da deputada”, escreveu o subprocurador na representação protocolada na última quarta-feira.
Ainda segundo o subprocurador, caso as irregularidades sejam confirmadas, o TCU deve determinar o ressarcimento de possíveis prejuízos aos cofres públicos. Paralelamente, a oposição também acionou a Procuradoria-Geral da República (PGR) pedindo apuração da conduta da deputada. O pedido foi protocolado pelo deputado Paulo Bilynskyj (PL-SP) e pelo líder do PL na Câmara, deputado Zucco (PL-RS), que apontam suspeitas de improbidade administrativa e quebra de decoro parlamentar.
Erika diz que contratados trabalham como assessores parlamentares
Erika Hilton rebateu as acusações. Em publicação nas redes sociais, ela negou que os assessores tenham sido contratados para exercer funções de maquiadores com verba do gabinete. “O que eu tenho são dois secretários parlamentares que, todos os dias, estão comigo e me assessoram em comissões e audiências, ajudam a fazer relatórios, preparam meus briefings, dialogam diretamente com a população e prestam um serviço incrível me acompanhando nas minhas agendas”, afirmou.
A deputada também explicou que conheceu ambos como maquiadores, mas os convidou para sua equipe por reconhecer outras habilidades. “Quando podem, fazem minha maquiagem e eu os credito por isso”, completou.
Ronaldo Hass, um dos assessores citados, aparece em redes sociais creditado como responsável por maquiagens feitas para Erika Hilton em eventos como o show da cantora Beyoncé, em Paris, na semana passada, além de produções em atos políticos e desfiles de carnaval. Desde maio de 2023, ele figura como secretário parlamentar com salário bruto de R$ 9.678,22.
Já Índy Montiel, nomeada em dezembro do ano passado e com salário bruto mensal de R$ 2.126,59, também é frequentemente citada como responsável por maquiagens e penteados da parlamentar. Nas redes sociais, ela se refere a Erika como “musa” e “living doll” — expressão em inglês que significa “boneca viva”.
Fonte: https://agendadopoder.com.br/erika-hilton-e-alvo-de-representacao-no-tcu-por-contratar-maquiadores-como-assessores/
