
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) suspendeu todas as suas atividades públicas e político-partidárias por tempo indeterminado. A decisão, anunciada nesta quarta-feira (2), foi tomada após uma consulta médica de urgência.
De acordo com comunicado divulgado pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e assinado pelo próprio ex-presidente, a interrupção da agenda ocorre em razão de crises de soluços e vômitos que têm dificultado sua fala e alimentação. Um boletim médico detalha que Bolsonaro deverá permanecer em repouso domiciliar durante todo o mês de julho para garantir uma recuperação completa após enfrentar uma série de complicações de saúde, incluindo uma cirurgia extensa, internação prolongada, pneumonia e episódios recorrentes de desconforto.
Os médicos Claudio Birolini e Leandro Echenique, que assinam o boletim, recomendaram o afastamento total das atividades públicas e políticas. “Durante esse período, ele ficará afastado de suas atividades habituais, incluindo agendas públicas e atividade político-partidária, retornando tão logo esteja plenamente restabelecido”, diz o documento.
Na véspera do anúncio oficial, Bolsonaro ainda havia afirmado, em mensagem enviada a aliados do Partido Liberal, que manteria compromissos previstos em Santa Catarina nos dias 3 e 4 de julho. No entanto, à noite, tanto o comunicado de Flávio Bolsonaro quanto a publicação do boletim médico confirmaram o cancelamento da agenda. Ainda não está claro se as viagens a Rondônia e ao Sul do país serão remarcadas ou definitivamente suspensas.
A última aparição pública do ex-presidente ocorreu no domingo (29), durante um ato político na Avenida Paulista, em São Paulo. A manifestação reuniu cerca de 16.400 pessoas, o menor público já registrado por Bolsonaro no local, segundo estimativas. O evento, batizado de “Justiça Já”, teve como foco a crítica ao Supremo Tribunal Federal (STF), que julga o ex-presidente por tentativa de golpe de Estado em 2022. Bolsonaro tornou-se réu nesse processo em 26 de março deste ano.
Em seu discurso no ato, Bolsonaro minimizou a necessidade de um novo mandato presidencial, mas pediu o apoio popular para ampliar a representação da direita no Congresso. “Me deem 50% da Câmara e 50% do Senado que eu mudo o destino do Brasil. Nem eu preciso ser presidente. O Valdemar [Costa Neto, presidente do PL] me mantendo como presidente de honra do Partido Liberal, nós faremos isso por vocês”, declarou.
O afastamento de Bolsonaro ocorre em meio à intensificação de investigações judiciais e ao acirramento do ambiente político. A pausa nas atividades pode impactar o calendário de articulações do PL para as eleições de 2026, nas quais o ex-presidente ainda é uma das principais lideranças da oposição.
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Fonte: https://agendadopoder.com.br/bolsonaro-cancela-agenda-publica-em-todo-o-mes-de-julho-e-fica-em-repouso-medico/