Bispo da Universal trata Paes como pré-candidato ao governo do Rio em encontro religioso

O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), foi apresentado como “pré-candidato ao governo do Estado” durante um encontro com pastores evangélicos realizado na noite de segunda-feira (1º), na Assembleia de Deus Ministério Barão de Petrópolis, no bairro do Rio Comprido. A declaração partiu do vereador e bispo da Igreja Universal do Reino de Deus, Inaldo Silva (Republicanos), que exaltou a gestão de Paes na capital e defendeu seu nome para a disputa ao Palácio Guanabara em 2026, informa O Globo.

“A violência não está só na capital. E quando, prefeito, o senhor manifestou o desejo de vir aí como pré-candidato ao governo do Rio de Janeiro, eu tenho que falar assim: ‘tenho que estar do lado desse homem’. Porque realmente ele está fazendo o bem pela cidade”, afirmou Inaldo, que é aliado de Paes na Câmara Municipal e elogiou propostas do prefeito, como a criação de uma divisão armada na Guarda Municipal.

Embora o prefeito tenha evitado confirmar a pré-candidatura em sua fala, o discurso de Inaldo e o tom do evento foram interpretados como mais um passo na articulação política de Paes com setores estratégicos para uma eventual campanha. Segundo pessoas presentes, em outro momento da reunião, Paes desconversou sobre a possibilidade de disputar o governo estadual, o que exigiria sua renúncia à prefeitura até abril de 2026.

Paes cita ações de regularização fundiária de templos religiosos

A reunião foi apresentada como um “encontro com lideranças evangélicas interdenominacionais” e contou com a presença de diversos pastores. O anfitrião foi o pastor Gilmar de Oliveira, da Assembleia de Deus do Rio Comprido. Em sua fala, Paes reforçou sua antiga relação com o bispo Abner Ferreira, do Ministério de Madureira, destacando ações de regularização fundiária de templos religiosos feitas em parceria com a Assembleia de Deus.

“No começo da Barra, bem em frente ao metrô hoje, tinha uma Assembleia de Deus muito antiga e a prefeitura cismou de derrubar aquela Assembleia de Deus. E aí o Abner me procurou e disse: ‘isso não dá’. Logramos êxito e conseguimos, lá para 2014, acho eu, que aquela igreja fosse regularizada”, lembrou Paes. Ele também citou um novo encontro com o bispo após vencer a eleição de 2020, em que foi cobrado a ampliar o programa para toda a cidade.

Apesar de negar publicamente que esteja em campanha, Eduardo Paes tem intensificado articulações políticas que indicam movimentação eleitoral. Além do diálogo com lideranças religiosas, ele tem ampliado a interlocução com prefeitos do interior fluminense e de grandes colégios eleitorais. Também circula a possibilidade de uma aliança com o atual secretário estadual de Transportes, Washington Reis (MDB), que é cotado como outro nome para a disputa.

Hoje, o principal adversário que desponta no horizonte de Paes é o presidente da Assembleia Legislativa do Rio, Rodrigo Bacellar (União Brasil), que conta com o apoio do governador Cláudio Castro (PL) e do ex-presidente Jair Bolsonaro. Bacellar também se desentendeu recentemente com Washington Reis, o que pode fragmentar o campo bolsonarista na corrida pelo governo fluminense.