5 de julho de 2025
Funcionário que deu acesso a hackers executarem ataque é preso
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Nesta quinta-feira (03), a Polícia Civil de São Paulo prendeu João Nazareno Roque, funcionário da empresa de tecnologia C&M Software (CMSW) responsável por dar acesso ao sistema sigiloso da empresa, possibilitando que hackers efetuassem transferências financeiras por PIX. Uma das instituições afetadas, a BMP, somou um prejuízo de R$ 541 bilhões.

De acordo com a Polícia Civil, Roque confessou sua participação no crime ao vender seu login e senha por R$ 5 mil. Após a primeira venda para os hackers, o preso recebeu mais R$ 10 mil para desenvolver um sistema que possibilitasse os desvios financeiros.

A C&M Software é uma empresa brasileira de tecnologia da informação (TI) com foco para o mercado financeiro. Entre os atendimentos e serviços prestados pela companhia, está o de conectividade com o Banco Central (BC) e de integração com o Sistema de Pagamentos Brasileiro (SBP).

A companhia atua como uma intermediária para que instituições financeiras menores consigam se conectar aos sistemas do BC e realizar operações. A C&M opera nacionalmente e internacionalmente e foi homologada pelo BC para executar este papel desde 2001. No momento atual, outras oito empresas também são homologadas no Brasil.

Segundo a Polícia Civil, o preso afirmou que só se comunicava com os criminosos via celular, e disse que não os conhece pessoalmente e nem mesmo sabe seus nomes. Roque também contou que trocou de celular a cada 15 dias para não ser rastreado.

A versão que o preso deu à Polícia foi a de que foi abordado quando saía de um bar próximo de sua casa. Além disso, ressaltou que as pessoas já sabiam que trabalhava na empresa.

O João (Roque) se trata de um insider e é fruto de engenharia social por parte dos criminosos. Eles cooptam o funcionário de dentro da empresa. Esse João tem formação em TI, tem pós-graduação em TI e ele foi cooptado pelo crime. Ele forneceu as credenciais, a senha, foi a primeira porta a que facilitou a entrada do grupo criminoso. Existem outros bancos que sofreram prejuízo, mas nós não podemos divulgar em razão do sigilo das investigações”, afirmou o responsável pelas investigações, Paulo Barbosa, da 2º Divisão de crimes cibernéticos (DCCyber).

A ocorrência veio a público quando a BMP registrou um boletim de ocorrência que relatava o ataque hacker com desvios milionários e a C&M que reportou às autoridades. “As transferências foram feitas na madrugada do dia 30, foram percebidas às 4h30 da madrugada e foram até as 7h. A partir desse horário fecha a vazão de dinheiro, eles começam a tentar entender e conseguem enxergar de forma mais clara o que estava acontecendo no meio da manhã”, disse o delegado do Deic, Renan Topan.

Em nota, a C&M Software alega que colabora com as apurações e afirma que, desde que foi identificado o incidente, adotou “todas as medidas técnicas e legais cabíveis”. A companhia também relata que a plataforma segue de forma plena e operacional, destacando que em respeito ao trabalho das autoridades, não se pronunciará publicamente enquanto os procedimentos ainda estiverem em andamento.

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Fonte: https://oimparcial.com.br/noticias/2025/07/funcionario-que-deu-acesso-a-hackers-executarem-ataque-e-preso-em-sao-paulo/