Maior fraude bancária do país usou sistema da C&M

A Polícia Civil de São Paulo informou nesta sexta-feira (4) que João Nazareno Roque, ex-funcionário da empresa C&M Softwares, foi preso sob suspeita de facilitar o maior ataque hacker da história do Brasil, em termos de valores financeiros. A investigação está sob responsabilidade da 2ª Divisão de Crimes Cibernéticos do Departamento Estadual de Investigações Criminais (DEIC).

Durante coletiva de imprensa, o delegado Paulo Barbosa, diretor da unidade, afirmou que os desvios chegaram a cifras “muito altas”, ainda não oficialmente confirmadas. “É o maior da história do Brasil”, declarou. A estimativa é que os prejuízos superem bilhões de reais, atingindo especialmente bancos pequenos e fintechs.

Segundo os investigadores, João teria sido cooptado por criminosos para repassar logins e senhas de acesso ao sistema da C&M, empresa que atua como intermediária entre instituições financeiras e o Banco Central, oferecendo conectividade ao sistema Pix e a outros meios de pagamento.

Com essas credenciais, hackers conseguiram realizar transferências fraudulentas em massa, sobretudo por meio do Pix. Embora a C&M também opere com TED, as fraudes foram concentradas na tecnologia instantânea, que oferece menor tempo de detecção.

A principal vítima identificada até o momento é o banco BMP, que utilizava a plataforma da C&M para processar suas operações financeiras. Outras instituições também foram afetadas, mas os nomes seguem sob sigilo para não comprometer as investigações.