
Toda criança já brincou de apostar quem conseguia ficar mais tempo sem respirar. Seja na piscina, no banho ou apenas por diversão, segurar o fôlego é uma experiência comum que, para muitos, se transforma em um desafio entre amigos ou irmãos.
Mas logo se percebe que não dá para manter isso por muito tempo. O corpo humano exige oxigênio constante e começa a dar sinais de alerta após poucos segundos sem respirar.
No entanto, no reino animal, a história é bem diferente. Existem espécies que desenvolveram verdadeiras habilidades de sobrevivência baseadas justamente em ficar longos períodos sem respirar. Então vamos conhecer qual animal consegue segurar folego por mais tempo?
A importância do oxigênio para a vida
O oxigênio é um dos elementos mais importantes para a manutenção da vida nos organismos aeróbicos.
Ele participa diretamente da respiração celular, processo no qual as células transformam nutrientes em energia.
Essa energia, armazenada em moléculas chamadas ATP, é utilizada para todas as funções vitais do corpo. A ausência de oxigênio interrompe esse ciclo e compromete rapidamente o funcionamento de órgãos e tecidos.
Em poucos minutos sem oxigênio, o cérebro sofre danos irreversíveis. Por isso, para a maioria dos animais, a respiração é um processo constante e essencial.
Prender o fôlego é perigoso para a maioria dos seres vivos
Em humanos e outros mamíferos terrestres, prender o fôlego além do limite natural pode causar desmaios, convulsões e até parada cardíaca.

O tempo médio que uma pessoa saudável consegue segurar a respiração está entre um e dois minutos.
Mergulhadores profissionais em apneia, com treinamento adequado, podem chegar a cinco ou até dez minutos.
Ainda assim, esse esforço envolve riscos, e qualquer erro de cálculo pode ser fatal. Em ambientes submersos, o perigo é ainda maior, já que a pressão aumenta e o reflexo de inalar água pode ocorrer em situações extremas.
Apesar desses riscos, existem animais que desenvolveram estratégias complexas para sobreviver por longos períodos sem respirar. Eles não apenas toleram a ausência de oxigênio, como utilizam essa habilidade como mecanismo de defesa e adaptação ao ambiente.
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Golfinhos: mestres da respiração controlada
Golfinhos são mamíferos marinhos que respiram ar, assim como os humanos. Apesar de viverem o tempo todo na água, eles precisam subir à superfície regularmente para respirar.

O golfinho-nariz-de-garrafa, por exemplo, é um animal que consegue segurar o fôlego por cerca de 10 minutos. Durante esse tempo, ele desacelera os batimentos cardíacos e redireciona o fluxo sanguíneo para os órgãos mais importantes.
Para dormir, os golfinhos usam uma técnica única: desligam um hemisfério cerebral de cada vez. Dessa forma, mantêm parte do cérebro ativa para controlar a respiração e evitar afogamentos.
Essa capacidade é uma adaptação essencial para sobreviver em um ambiente onde o oxigênio não está sempre disponível.
Preguiças: campeãs inesperadas
Apesar de serem conhecidas por sua lentidão extrema, as preguiças surpreendem ao revelar uma impressionante habilidade de ficar submersas por até 40 minutos.

Esse feito é possível graças ao metabolismo extremamente lento desses animais. Quando mergulham, as preguiças reduzem sua frequência cardíaca em até dois terços, economizando oxigênio de maneira eficaz.
Outro fator que contribui é o sistema digestivo. As preguiças se alimentam basicamente de folhas, que fermentam no estômago e geram gases.
Esses gases ajudam na flutuação, funcionando como um colete salva-vidas natural. Essa habilidade de nadar com eficiência e a capacidade do animal segurar o folego por tanto tempo compensa a falta de agilidade. Ela permite que as preguiças atravessem rios ou escapem de predadores sem depender da velocidade.
Baleia-de-bico-de-Cuvier: o recorde absoluto
O título de campeã absoluta da categoria de animal que fica mais tempo segurando o folego tempo sem respirar vai para a baleia-de-bico-de-Cuvier. Estudos mostram que esse animal pode ficar submerso por até 3 horas e 42 minutos.
Esse tempo impressionante é possível graças a uma série de adaptações fisiológicas. A baleia possui uma grande capacidade pulmonar, alta concentração de hemoglobina no sangue e altos níveis de mioglobina nos músculos, duas proteínas que armazenam oxigênio.
Durante o mergulho, a baleia reduz drasticamente sua frequência cardíaca e limita a irrigação sanguínea a órgãos vitais. Isso permite que ela explore profundidades extremas em busca de alimento, enfrentando condições de pressão intensa e escuridão total.
Com informações de IFLScience.
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Fonte: https://olhardigital.com.br/2025/07/07/ciencia-e-espaco/qual-animal-consegue-segurar-o-folego-por-mais-tempo/