
A escritora mineira Ana Maria Gonçalves fez história nesta quinta-feira (10) ao ser eleita para a cadeira 33 da Academia Brasileira de Letras (ABL). Autora do premiado romance Um defeito de cor, Ana é a primeira mulher negra a integrar a instituição centenária, que reúne os principais nomes da literatura nacional.
Ana Maria recebeu 30 dos 31 votos da sessão, ocupando a vaga deixada pelo filólogo e gramático Evanildo Bechara, falecido em maio deste ano. A escritora indígena Eliane Potiguara também concorreu e obteve um voto.
Outros candidatos à vaga incluíam Ruy da Penha Lobo, Wander Lourenço de Oliveira, José Antônio Spencer Hartmann Júnior, entre outros.
Formada em publicidade, Ana Maria Gonçalves deixou a profissão em 2002 para se dedicar à literatura. Em 2006, lançou Um defeito de cor, romance de 952 páginas que se tornou uma das obras mais aclamadas da literatura contemporânea brasileira.
A obra venceu o Prêmio Casa de las Américas, em Cuba, no ano seguinte, e foi eleita pela Folha de S.Paulo como o livro mais importante do século XXI no Brasil.
Em 2024, Um defeito de cor foi o enredo da escola de samba Portela no Carnaval do Rio de Janeiro, o que reacendeu o interesse pelo livro. Durante o período, liderou a lista de mais vendidos na Amazon.
O romance narra a trajetória de Kehinde, uma mulher africana escravizada trazida ao Brasil, inspirada em Luisa Mahin, mãe do abolicionista Luiz Gama e figura importante na Revolta dos Malês, em 1835.
Aos 55 anos, Ana Maria Gonçalves passa a ser a mais jovem entre os imortais da ABL. Ela é a 13ª mulher eleita para a instituição e uma das cinco atualmente em exercício.
Com sua eleição, a escritora marca um passo importante rumo à diversidade e representatividade dentro da literatura e das instituições culturais brasileiras.
Fonte: Correio Braziliense
Fonte: https://oimparcial.com.br/noticias/2025/07/ana-maria-goncalves-e-a-primeira-mulher-negra-eleita-para-a-abl/