
As vocalizações das aves são comportamentos naturais usados principalmente para comunicação. Cada espécie desenvolve sons próprios que ajudam a reconhecer indivíduos da mesma espécie, marcar território, atrair parceiros ou alertar sobre ameaças.
Em alguns casos, esses sons podem parecer estranhos, intensos ou até assustadores para quem não está acostumado a ouvi-los.
Isso acontece porque os sons das aves variam conforme seu ambiente, seu tamanho corporal, o formato do seu aparelho vocal e o tipo de interação que precisam manter com outros animais.
Algumas espécies produzem chamados agudos e penetrantes; outras usam sons graves e prolongados que percorrem longas distâncias. Independentemente da impressão que causam, esses cantos têm funções bem definidas na biologia da comunicação animal.
Urutau (Nyctibius griseus)
O urutau é uma ave noturna conhecida pelo seu canto longo, grave e melancólico, que lembra um lamento distante.
Esse som costuma ser ouvido durante a noite e é usado principalmente para comunicação entre indivíduos da espécie. Para quem não conhece, pode parecer um choro vindo da mata, o que dá à ave uma fama misteriosa.
Ele vive em florestas tropicais da América Central e da América do Sul, inclusive no Brasil. Passa a maior parte do tempo imóvel durante o dia, camuflado em troncos de árvores, graças à sua plumagem acinzentada que imita casca de madeira.
O urutau se alimenta de insetos voadores e tem olhos grandes que o ajudam a enxergar bem no escuro. Apesar do canto incomum, é uma ave inofensiva e muito bem adaptada à vida noturna.
Mobelha-Grande (Gavia immer)
A mobelha-grande é uma ave aquática com um canto que parece uma mistura de uivo e lamento.
Seus sons são ecoantes e costumam ser ouvidos em lagos tranquilos, especialmente ao anoitecer ou de madrugada, podendo ser assustador para quem está aos arredores. Esses chamados são usados para comunicação entre casais e para manter o controle do território durante a época de reprodução.
Essa espécie vive em regiões do hemisfério norte, especialmente no Canadá, Alasca e norte dos Estados Unidos, onde ocupa lagos e águas calmas.
Tem o corpo alongado, bico pontudo e penas densas que ajudam na flutuação e no isolamento térmico, sendo uma excelente mergulhadora e caçadora de peixes.
Maú (Perissocephalus tricolor)
O maú, também chamado de pássaro-boi, é uma ave florestal da região amazônica, encontrada principalmente no Brasil, Colômbia e Venezuela.
Seu canto é profundo, grave e repetitivo, usado principalmente pelos machos para chamar a atenção de fêmeas em áreas de exibição, onde vários machos cantam para atrair parceiras.
É uma ave de médio porte, com plumagem marrom-alaranjada e sua é cabeça robusta e arredondada, coberta por penas curtas e densas que formam uma espécie de “topete”.
Vive em florestas úmidas e densas, geralmente em regiões de terra firme. O maú tem hábitos discretos e passa boa parte do tempo nas copas das árvores. Alimenta-se principalmente de frutas, mas também pode consumir pequenos invertebrados.
Kiwi (Apteryx spp.)
O kiwi é uma ave terrestre e noturna da Nova Zelândia, famosa por seu corpo arredondado, asas vestigiais e ausência de voo.
Tanto machos quanto fêmeas vocalizam, geralmente à noite, para marcar território e manter contato entre casais.
O canto do macho é agudo, alto e repetitivo, lembrando uma série de assobios finos que se espalham pela mata. Já a vocalização da fêmea é mais grave e rouca, o que pode causar uma impressão mais áspera ou até assustadora, especialmente quando ouvida no escuro.
Existem cinco espécies de kiwi, todas endêmicas da Nova Zelândia. Vivem em florestas, matagais e até em pastagens.
Seu olfato é altamente desenvolvido, o que é incomum em aves, e usam o bico longo para encontrar invertebrados no solo. São aves discretas, mas territorialistas, e vivem sozinhas ou em pares.
Casuar (Casuarius spp.)
O casuar é uma das aves mais imponentes do mundo. Vive em florestas tropicais da Nova Guiné, Indonésia e norte da Austrália.
Seu canto é um som grave e abafado, muitas vezes difícil de ouvir, mas sentido como uma vibração. Esse tipo de vocalização de baixa frequência pode viajar por longas distâncias em ambientes densos.
O casuar é uma ave não voadora, de grande porte, com plumagem preta, cabeça azulada e uma crista óssea no topo da cabeça.
É solitário e territorial e apesar de não voar, corre rapidamente com suas grandes patas e pode ser agressivo quando ameaçado. Alimenta-se de frutas, pequenos animais e fungos, ajudando na dispersão de sementes nas florestas onde vive.
Abetarda-australiana (Ardeotis australis)
A abetarda-australiana, apesar de ficar a maior parte do tempo em terra, é considerada uma das maiores aves voadoras do mundo, com corpo robusto, pernas longas e bico reto, vivendo em áreas abertas e semiáridas da Austrália.
Se alimenta de sementes, insetos e pequenos vertebrados. Seu canto é um som grave que se assemelha a um rugido, emitido especialmente pelos machos durante a época de reprodução, usado para atrair fêmeas e demonstrar presença.
Durante a época de acasalamento, os machos da abetarda-australiana passam por uma mudança marcante na aparência.
Eles desenvolvem um conjunto de penas longas e soltas que descem do pescoço e peito, formando uma espécie de “cortina” que cobre parte do corpo. Essa estrutura não aparece fora da estação reprodutiva e serve exclusivamente para exibição.
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Cucaburra (Dacelo novaeguineae)
A cucaburra é nativa da Austrália e da Nova Guiné, vivendo em florestas, savanas e até em áreas urbanas arborizadas.
Mede aproximadamente 40 centímetros e alimenta-se de insetos, pequenos répteis, roedores e outras presas terrestres, apresentando um bico largo e forte, que usa para capturar e matar suas presas com precisão.
Essa espécie é conhecida por seu canto inconfundível: uma risada alta, rápida e repetitiva que lembra gargalhadas humanas. Essas vocalizações são mais comuns ao amanhecer e servem principalmente para marcar território, mas também para comunicar-se com membros do grupo.
Búteo-de-cauda-vermelha (Buteo jamaicensis)
O búteo-de-cauda-vermelha é uma ave de rapina comum na América do Norte, como nos Estados Unidos, Canadá e México, facilmente reconhecida por seu grito agudo e prolongado, que lembra um assobio forte. Esse som é usado tanto para comunicação entre indivíduos quanto como aviso territorial.
Vive em diversos habitats, desde florestas e campos abertos até áreas urbanas. É um predador versátil, com excelente visão e voo silencioso.
Alimenta-se de roedores, aves menores, répteis e até insetos. Durante o voo, costuma planar em círculos amplos, e sua cauda de coloração avermelhada é uma de suas marcas mais características.
O post 8 aves com os cantos mais assustadores da natureza apareceu primeiro em Olhar Digital.
Fonte: https://olhardigital.com.br/2025/07/14/ciencia-e-espaco/8-aves-com-os-cantos-mais-assustadores-da-natureza/