16 de julho de 2025
Governo brasileiro busca reverter tarifas dos EUA sobre aço e
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Uma nova rodada da pesquisa AtlasIntel/Bloomberg, divulgada nesta terça-feira (15), revela um crescimento na aprovação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) após o anúncio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de que aplicará uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros. A medida, segundo Trump, seria uma retaliação ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a quem chamou de vítima de uma “caça às bruxas”.

Segundo os dados levantados, a aprovação de Lula subiu de 47,3% em junho para 49,7% em julho, atingindo seu melhor índice no ano de 2025. No sentido oposto, a desaprovação caiu de 51,8% para 50,3%, uma redução de 1,5 ponto percentual.

O levantamento foi conduzido logo após o anúncio de Trump, feito em 9 de julho. Na ocasião, o presidente dos EUA alegou que a nova alíquota se deve à forma como o Brasil vem tratando Bolsonaro. Em carta endereçada a Lula, Trump afirmou:

“A forma como o Brasil tem tratado o ex-presidente Bolsonaro, um líder altamente respeitado em todo o mundo durante seu mandato, inclusive pelos Estados Unidos, é uma vergonha internacional. Esse julgamento não deveria estar ocorrendo. É uma caça às bruxas que deve acabar imediatamente.”

A declaração provocou reações no Brasil. De acordo com a pesquisa, 62,2% dos entrevistados consideram a medida do presidente estadunidense injustificada. Outros 36,8% avaliam que a nova tarifa tem justificativa.

Diante da ofensiva de Washington, Lula anunciou que o governo brasileiro adotará a Lei da Reciprocidade Econômica. A norma autoriza o país a retaliar economicamente os Estados Unidos por meio de aumento de impostos sobre seus produtos, suspensão de concessões comerciais e de contratos de investimentos, além da possibilidade de suspender obrigações ligadas à propriedade intelectual.

O presidente declarou que buscará o diálogo diplomático como primeiro passo, mas deixou claro que não descarta aplicar tarifas similares às impostas por Trump. A legislação brasileira prevê, inclusive, a exigência de negociações antes de qualquer ação mais dura.

Ao serem questionados se Lula representa o Brasil de forma melhor ou pior do que Bolsonaro no cenário internacional, 61,1% dos entrevistados consideraram que o petista tem desempenho superior. Além disso, 44,8% avaliaram como adequada a reação do governo brasileiro às tarifas impostas pelos EUA, enquanto 25,2% a classificaram como fraca.

Nesta terça-feira, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, iniciou reuniões com representantes dos setores mais afetados pela tarifa para discutir a resposta do governo. A agenda visa estruturar estratégias para minimizar os prejuízos ao setor produtivo brasileiro.

Com a escalada de tensões, o governo brasileiro tenta equilibrar firmeza e diplomacia, ao mesmo tempo em que colhe dividendos políticos no cenário interno. A pesquisa indica que, ao menos por ora, a postura do presidente tem gerado apoio junto à opinião pública.

Fonte: https://agendadopoder.com.br/aprovacao-de-lula-sobe-apos-ataque-de-trump-e-anuncio-de-tarifa-contra-produtos-brasileiros-aponta-atlas-bloomberg/