Desafio olímpico das férias: mães e filhos em busca do lanche perfeito

A saga começa em um lar ludovicenses, onde vive Carol, 29 anos, mãe corajosa e determinada de três pequenos furacões: Pedro, 11 anos, Clara, 7, e o caçulinha Lucas, de apenas 5 aninhos. Com o mês de julho, chegaram também as férias escolares e a tarefa quase olímpica de manter a alimentação saudável da criançada em meio a sorvetes, pipocas, arroz de cuxá e o irresistível “mamãe, só um chocolatinho!”

“Eu acordo e já tem alguém pedindo cuscuz com leite e depois já querem sorvete antes do meio-dia. É uma maratona! Parece que as férias significam ‘liberou geral’ pra eles”, desabafa Carol, rindo da própria rotina.

Mas será que dá pra equilibrar a alimentação dos pequenos sem acabar com o espírito livre das férias? Segundo a nutricionista Yasmin Mendonça, do Grupo Mateus, dá sim! A primeira dica da profissional é manter os horários das refeições.

“Mesmo nas férias, café da manhã, almoço e janta precisam acontecer em horários parecidos com os do período letivo. Isso evita o famoso beliscar o dia todo e garante que eles estejam com fome nas horas certas”, orienta.

E, quando o assunto é lanche, Yasmin lembra que São Luís é praticamente um paraíso natural. “Temos frutas regionais maravilhosas e acessíveis, como melancia, manga e abacaxi. Elas refrescam, alimentam e ainda hidratam tudo o que a criançada precisa nesse calorzão”, enumera. Elas podem inclusive ser oferecidas de maneira lúdica, sob a forma de picolés feitos a partir das próprias frutas, ou com apresentações criativas.

Mas e o vatapá da vovó? O sorvete de bacuri? O arroz de cuxá? Yasmin alivia o coração de Carol e de tantas outras mães: não precisa cortar tudo!

“A dica é equilíbrio e moderação. Esses pratos fazem parte da nossa cultura, então podem sim ser consumidos, desde que com atenção às quantidades. Em vez de repetir três vezes, que tal saborear com calma uma porção menor?”, convida.

Lanches nota 10 pra passeios nota mil

E quando a turminha decide sair para aproveitar o dia ao ar livre? Na hora de correr para a praia ou para o parque aquático, começa a missão “marmita saudável”. Yasmin tem sugestões que são sucesso garantido até com os mais exigentes. É o caso, por exemplo, do Pedro, filho da Carol. “Ele só come pão, por exemplo, se não tiver ‘coisas verdes’ dentro”, conta ela.

Entre as sugestões recomendadas pela nutricionista estão: frutas como uvas, maçã ou manga, cortadas em cubos e conservadas em potinhos bem vedados; sanduíche natural com pão integral e frango desfiado ou atum; tapioca, que pode ser embalada e conservada no papel alumínio; castanhas ou amendoim sem sal em pequenas porções; e, principalmente, muita água, água de coco ou sucos naturais sem açúcar.

“E nada de levar alimentos que estragam fácil. Bolsa térmica ou isopor com gelo são os melhores amigos das mães no verão maranhense”, reforça Yasmin.

Mini chefs de férias

Carol descobriu recentemente uma arma secreta contra o excesso de bobagens: colocar os filhos pra ajudar na cozinha. Ela começou deixando Clara escolher no supermercado as frutas que seriam consumidas pela família na semana. Resultado: a menina agora se empolga pra fazer salada de frutas e até se arrisca a montar “tapioquinhas” com o irmão mais velho.

Yasmin aprova totalmente a alternativa encontrada pela mãe. “Quando as crianças participam, sentem que têm autonomia e ficam mais abertas a experimentar alimentos novos. Pode virar uma brincadeira em família, como fazer o dia do lanche saudável ou montar pratos com desenhos coloridos, por exemplo”, recomenda.

E conclui: “As férias são um tempo para as crianças brincarem, mas isso não significa que não possamos aproveitar o momento de ensinar hábitos saudáveis que vão durar a vida inteira”, afirma.